Nathan Van Hooydonck encontra-se com os três polícias que lhe fizeram a reanimação que lhe salvou a vida

Há mais de um mês, o mundo do ciclismo ficou aterrorizado com a notícia de que Nathan van Hooydonck, da Jumbo-Visma, tinha estado envolvido num acidente de viação que exigiu a sua reanimação no local. Embora tenha dificuldade em lembrar-se de todos os acontecimentos do dia, o belga encontrou-se recentemente com os heróis que ajudaram a salvar-lhe a vida.

"É muito evasivo. A última coisa que sei é que a minha mulher Alicia e eu fomos a um restaurante em Roosendaal na noite anterior", diz o Het Nieuwsblad, que ajudou a reunir van Hooydonck com três polícias que foram chamados ao local do acidente de viação e salvaram a vida do antigo corredor da Kuurne-Brussels-Kuurne.

Mais tarde, soube-se que Van Hooydonck sofreu uma paragem cardíaca ao volante. Desde então, foi-lhe colocado um CDI, o que, infelizmente, significa o fim da sua carreira profissional. No entanto, no grande esquema das coisas, poderia ter sido muito pior. "Se me conseguisse lembrar das coisas, talvez fosse mais fácil aceitar", diz Van Hooydonck. "Já voltei ao local do acidente com a Alicia, mas isso não me incomodou. Já não sei nada sobre isso. Falar contigo fez-me perceber um pouco melhor. Tenho tido muita sorte. Esta conversa é um choque de realidade".

"Tive muita sorte em ter as pessoas certas no sítio certo, e a Alicia também teve muita sorte. As pessoas esquecem-se muitas vezes disso. Ela também sofreu o acidente. É dez vezes mais forte do que eu. Os médicos disseram-lhe que achavam que eu não ia sobreviver. Isso deve ter sido muito intenso", continua. "Às vezes esqueço-me que ele está lá (o CDI). Mas quando o meu filho se deita no meu peito, sinto o fio. Então, tenho de o mexer um pouco, porque senão dói um pouco. Agora, é o meu seguro de vida".