"Ninguém usa os travões" Remco Evenepoel testa-se, mas nem todos na Soudal estão satisfeitos com as quedas da Volta à Grã-Bretanha

Remco Evenepoel está a usar a Volta à Grã-Bretanha 2025 como terreno de preparação para o Campeonato do Mundo e também para ganhar ritmo competitivo após um verão intenso. Sem a pressão de obter resultados, o campeão olímpico tem-se dedicado sobretudo ao trabalho de equipa, colocando-se ao serviço do sprinter norte-americano da equipa, Luke Lamperti.

"Temos o Luke Lamperti connosco e perguntei-lhe se devia ser eu a liderar o sprint. No início ele não queria, mas depois disse-lhe que se não o ajudasse, não conseguiríamos. Que nem sequer teríamos hipótese de sprintar", revelou Evenepoel ao VTM Nieuws.

A fuga perigosa que se formou ameaçava as hipóteses do pelotão em Stowmarket, e foi o próprio Evenepoel a assumir o ritmo na perseguição. "Assumi a frente da corrida e pedalei até apanharmos os primeiros ciclistas da fuga. Depois consegui terminar em segurança, apesar de outra queda. Para mim, foi um bom dia." Lamperti acabaria por ser apenas sétimo, mas o belga mostrou-se satisfeito com o compromisso coletivo.

Com uma chegada em alto a The Tumble marcada para o final da semana, Lamperti terá um teste exigente nas subidas, mas primeiro terá de superar as estradas estreitas e frequentemente molhadas do Reino Unido, onde o posicionamento e a atenção à frente são tão importantes como a força.

O segundo dia da corrida ficou também marcado por várias quedas no final, uma das quais envolveu Ilan Van Wilder. O jovem belga, que também está na luta pela classificação geral, escapou sem consequências graves, mas não escondeu a frustração.

"É como sempre: não usam os travões e depois acabamos no chão com alguns homens", lamentou ao Sporza. "Foi nos últimos três quilómetros, por isso, sim... desde que não percamos tempo, não me importo. Mas ninguém usa os travões. É cruel, mas ultimamente o ciclismo é assim."