A equipa Decathlon AG2R La Mondiale consolidou a sua posição como uma das principais equipas do mundo do ciclismo e Oliver Naesen, um ciclista chave da equipa, falou da sua época e do ano de 2025 numa entrevista à IDLProCycling.com.
"Estive muitas vezes em posição de terminar com os melhores, mas ganhar? Isso é outra história", admitiu. "Já enfrentei Tom Boonen, Peter Sagan, Greg Van Avermaet, Philippe Gilbert e agora Mathieu vander Poel e Wout van Aert. Todos eles são corredores rápidos. Já subi a muitos pódios, mas nunca consegui ganhar. Encontrei sempre alguém mais forte".
Apesar disso, Naesen mantém uma perspetiva pragmática: "A nossa ambição é ganhar uma clássica, mas quando o Mathieu corre seis delas e ganha cinco, não há muito por onde escolher. Já para não falar que todos os outros estão a fazer fila para conquistar essa sexta clássica. É claro que se espera ganhar, mas a corrida é mais do que a vitória. Se conseguirmos terminar a primavera com alguns resultados fortes no pódio, podemos dizer que a época foi um sucesso. Temos de ser honestos quanto a isso".
Naesen salientou a importância de estratégias nas corridas, algo que a equipa tem trabalhado para melhorar. "Precisamos de criar um plano muito claro sobre a forma como queremos correr", explicou. "Nos últimos anos, muitas vezes não eram dados aos ciclistas papéis claros, mas agora o objetivo é abordar cada corrida com uma estratégia que maximize as nossas hipóteses de vencer. E esse plano tem de ser adaptado aos pontos fortes específicos de cada ciclista."
O belga também elogiou os progressos realizados pela equipa nos últimos anos, nomeadamente a parceria com Van Rysel. "Demos muitos passos em frente. A Van Rysel envolve-nos em tudo, desde o desenvolvimento à I&D e muito mais. Eles são muito exigentes e pedem muito a ciclistas como eu, mas tem como resultado termos mais equipamento de qualidade verdadeiramente superior. Este ano, estou especialmente curioso com o novo equipamento que vamos receber. Espero que seja tão revolucionário como a bicicleta que recebemos no ano passado."
Também referiu a preocupação da equipa proporcionar boas condições aos ciclistas, tanto em cima como fora da bicicleta. "São também aquelas coisas simples. Ouvi falar de outra equipa que voou para Espanha às 5h30 da manhã, via Charleroi, mas a nossa equipa viajou num avião privado. Não sei se isso seria necessário, mas tudo ajuda. Até me perguntam, por exemplo, se prefiro um lugar no corredor ou à janela. Coisas como estas não me passariam pela cabeça há 1 ou 2 anos atrás".
Enquanto Naesen se prepara para a época de 2025, reconhece que a sua experiencia é valiosa para a equipa. "Não é só na bicicleta, mas também à mesa", disse quando lhe perguntaram se sente o peso da idade. "Quando se trabalha com ciclistas de 18 ou 21 anos e a média de idades da equipa é de 26 anos, percebe-se que aos 34 anos já não somos um dos mais jovens. Mas, ao longo dos anos, a dinâmica mantém-se a mesma, embora se note uma tendência para os ciclistas começarem a competir a este nível cada vez mais novos."