Tadej Pogacar voltou a deixar marca com uma demonstração de força e controlo na etapa 6 do
Critérium du Dauphiné, vencendo de forma autoritária após um ataque subtil, mas devastador, nos derradeiros quilómetros da etapa. A sua actuação não passou despercebida a especialistas como
Johan Bruyneel, que destacou a táctica do esloveno.
Depois de ter cedido tempo para Remco Evenepoel e Jonas Vingegaard no contrarrelógio, Pogacar deu a resposta perfeita nas montanhas com uma performance que foi tudo menos exuberante no estilo, mas absolutamente letal na execução. Bruyneel, no podcast The Move, descreveu assim a exibição:
"Que regresso depois de um contrarrelógio decepcionante. Que forma de regressar. Na primeira parte da subida sentia-se muito bem e aquele ataque, que nem sequer se pode chamar ataque, foi nos últimos 8 quilómetros."
O momento chave surgiu após uma excelente preparação da
UAE Team Emirates - XRG, com Jhonatan Narváez e Tim Wellens a darem o máximo para endurecer o ritmo. A partir daí, Pogacar aumentou a cadência numa curva, sem se levantar do selim, num estilo que começa a tornar-se a sua imagem de marca. Bruyneel não hesitou em traçar paralelos:
"Foi como na Liège-Bastogne-Liège, no Col de la Redoute ele não se levantou do selim. Ele já tinha feito a mesma coisa na Strade Bianche. Parece ser a sua nova imagem de marca, acelerar sem se levantar do selim."
Pogacar ataca sentado a 15%. Vingegaard responde em pé
A eficácia desta abordagem tornou-se evidente quando Jonas Vingegaard, o rival mais temido nas montanhas, tentou responder:
"Quando ele acelerou, podemos ver como Jonas teve de se levantar. Ele estava a ir ao limite. Ele seguiu-o 50 metros, 75 metros e depois o Pogacar desapareceu."
Apesar da vantagem na geral ser inferior a um minuto, a supremacia demonstrada no Combloux deixou o pelotão e os observadores conscientes de que um Pogacar com esta forma física é muito difícil de bater, mesmo nas altas montanhas onde Vingegaard costuma brilhar.
Este sábado, com três subidas categorizadas de grande dureza, chega um novo teste. Será um momento revelador para perceber se Pogacar pode consolidar a sua liderança perante um adversário que, em condições normais, transforma as etapas de alta montanha num terreno que lhe é favorável.