No final de 2023, falava-se de uma fusão potencialmente revolucionária entre a
Soudal - Quick-Step e a então denominada
Jumbo-Visma. Mas acabou por não acontecer, para grande alívio do patrão de longa data da Soudal - Quick-Step,
Patrick Lefevere.
Sempre direto, Lefevere nunca se coíbe de partilhar os seus pensamentos sobre uma variedade de temas. No podcast De Rode Lantaarn, o belga falou sobre o que pensa da proposta de fusão de duas das maiores equipas de ciclismo. "Richard Plugge (Diretor da Visma ed.) sempre disse: tu és o meu mestre. Agora, afinal, o aluno passou a mestre", começou.
"Surgiram pessoas ricas que queriam criar uma nova equipa como um desafio: uma equipa que ganhasse tudo nos próximos dez anos. Eu achava muito difícil conseguir isso antes de 2024", recorda Lefevere sobre as discussões iniciais, admitindo que até lhe foi oferecido um bom papel no projeto. "Eles não viram obstáculos. Podiam dar-me um papel de conselheiro".
Apesar disso, Lefevere nunca aceitou totalmente a ideia. "Eu sabia que ia ser um banho de sangue. Os corredores vão e vêm. Mas o staff é como a base de uma equipa. Eu sou um ser humano e fico ao lado da minha gente. Não pensei imediatamente: isto vai ser um fracasso, mas pensei nas consequências para as pessoas", explica.
Uma forma de Lefevere querer cuidar da "sua gente" era formar uma segunda equipa, caso a fusão se concretizasse. "As duas equipas tinham 28 corredores. A única opção, sem querer ser depreciativo, era manter uma equipa B", afirma.
"Cancelámos uma primeira reunião com a equipa em outubro. Havia muita tensão", conclui Lefevere. "Acabou por não se concretizar e terminámos de uma forma justa. O alívio foi muito grande, tivemos um bom jantar e expressámos esse alívio juntos."
