A W52 - FC Porto foi destituída da sua licença UCI em 2022, na sequência de um alegado esquema de dopagem levado a cabo pelos ciclistas e pelo diretor desportivo da equipa, Nuno Ribeiro, mas é possível que o FC Porto faça o seu regresso à modalidade. Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto, contestou sempre as acusações feitas à equipa e fala de um regresso no futuro.
"Devido a factos por todos conhecidos, mas que só alguns sabem a verdadeira razão - ganhámos de mais - tivemos de interromper o ciclismo. Logo que estejam resolvidos os problemas e reposta a verdade, voltaremos. Temos isso acordado com o senhor Adriano Quintanilha, voltaremos ao ciclismo para ganhar", disse o Presidente do FC Porto, na Biblioteca Municipal de Felgueiras numa sessão de esclarecimento de dúvidas aos sócios.
Nuno Ribeiro é antigo vencedor da Volta a Portugal e foi Diretor Desportivo da equipa que dominou o ciclismo nacional na última década. Foi suspenso da modalidade durante 25 anos por, alegadamente, ter desempenhado um papel importante num dos maiores escândalo de dopagem do ciclismo moderno.
Pode ler-se numa declaração do tribunal no final de 2023: "fomentou o uso por estes das substâncias Betametasona, hormona de crescimento (contida nos medicamentos Somatropina, Genotroi e Saizen), hormona luteinizante (contida na Menotropina e artificialmente estimulada pelo medicamento Gonarodelina), TB-500, hormona IGF, testosterona e insulina, bem como a extração e reintrodução de sangue", prossegue.
Estas substâncias foram utilizadas dentro e fora de competição, e vários corredores foram também suspensos por diferentes períodos de tempo por posse e/ou consumo de substâncias proibidas. O antigo ciclista da equipa, Samuel Caldeira, admitiu em tribunal ter infringido as regras em busca de melhores desempenhos:
"É tudo verdade. Foi no final de 2020 e 2021, para obter uma melhor condição física", disse há apenas um mês. "Nos últimos anos já não estava a conseguir atingir a força que tinha anteriormente, os adversários eram superiores e recorri a estes métodos. Foi por minha livre vontade, não fui aconselhado por ninguém". Entretanto, outros corredores que integraram a formação admitiram também em tribunal, o consumo de substâncias proibidas.
A equipa foi dissolvida, mas os seus veículos e parte da estrutura da equipa foram utilizados para criar a nova equipa não profissional Fonte Nova - Felgueiras sub-23, projeto que entretanto abandonou o pelotão. As declarações de Pinto da Costa surgem num momento em que o dirigente portista se prepara para ir a eleições no dia 27 de abril, tendo como adversários o antigo treinador dos "Azuis e Brancos", André Villas-Boas , e o empresário, Nuno Lobo.
Pinto da Costa anuncia: "Voltaremos ao ciclismo para ganhar"
— Cabine Desportiva (@CabineSport) March 28, 2024
"Por factos por todos conhecidos e só alguns sabem porquê e para quê... Ganhámos demais. Não acabamos com o ciclismo. Tivemos de interromper o ciclismo e logo que esteja reposta a verdade nós voltaremos, temos isso… pic.twitter.com/xqN5zcANzq