Pogacar aponta à dobradinha mundial e europeia em 2026 após temporada histórica

A temporada de 2025 de Tadej Pogacar superou todas as expetativas. Depois de um 2024 já considerado quase insuperável, o esloveno elevou novamente a fasquia: voltou a vencer na Volta a França, conquistou a Taça do Mundo, brilhou nas grandes provas do calendário internacional e somou o seu primeiro título europeu. Para a Eslovénia, foi um ano que marcou a história desportiva nacional.

E o horizonte para 2026 surge, novamente, carregado de ambição. Os adeptos eslovenos alimentam a esperança de celebrar outra dobradinha mundial e europeia, com o Campeonato do Mundo a disputar-se em Montreal, num percurso semelhante ao da clássica World Tour local, onde Pogacar já se mostrou particularmente competitivo. Mais tarde, o Campeonato da Europa terá lugar na própria Eslovénia, aumentando ainda mais o simbolismo do evento.

O selecionador nacional, Uros Murn, comentou recentemente à RTVSLO os dois grandes objetivos que se colocam para a próxima temporada. Sublinhou que o Campeonato da Europa assume relevância acrescida pela condição de país anfitrião. A presença de Pogacar está assegurada, embora a responsabilidade seja inevitavelmente maior.

"Penso que toda a gente quer competir no Campeonato da Europa de 2026. A honra de competir nos Campeonatos da Europa no nosso país é, sem dúvida, muito importante", referiu Murn, já focado no duplo compromisso agendado entre setembro e outubro.

Nos Mundiais de Montreal 2026, a Eslovénia poderá alinhar com nove ciclistas, enquanto no Campeonato da Europa o bloco será composto por oito corredores. A participação de Primoz Roglic ainda não está confirmada, existindo a possibilidade de alinhar como colega de seleção de Pogacar.

"O ciclismo é um verdadeiro desporto de equipa e estamos a viver um verdadeiro conto de fadas do ciclismo. A primeira vitória de Pogacar na Taça do Mundo de 2024 para a Eslovénia foi um marco para a equipa nacional eslovena. Agora, esta série continua com as estrelas da camisola arco-íris e da Europa. Espero e acredito que há uma boa hipótese de repetir ambos os feitos na próxima época", reforçou o selecionador.

Murn identificou a energia competitiva do líder da UAE Team Emirates - XRG como o principal motor interno da seleção. "Ele tem uma motivação e uma energia que inspira todos os rapazes a darem o seu melhor, e eles dão o seu melhor no campo, excedendo todas as suas expectativas. Estes assistentes são também responsáveis por todos os êxitos da seleção nacional nos últimos anos."

Embora a época de 2026 ainda não tenha arrancado, a Federação Eslovena iniciou os trabalhos com antecedência. O primeiro reconhecimento oficial do percurso do Campeonato do Mundo já foi efetuado.

"Nos últimos anos, a Federação Eslovena de Ciclismo não tem deixado nada ao acaso. Tratamos de todos os preparativos: visitas, organização logística, seleção de hotéis, etc., entre as principais equipas nacionais do mundo. Na semana passada, Domen Žigante visitou o percurso para determinar qual o hotel e o local mais adequados para os nossos ciclistas e a nossa equipa."

As opções de estágio para os dias entre o Grande Prémio de Montreal e o Mundial foram identificadas. "Sabemos que é um pouco mais difícil treinar em Montreal. Encontrámos alguns locais adequados fora da cidade, mas não muito longe. Estas são sessões de treino entre o Grande Prémio de Montreal e o Campeonato do Mundo, onde temos de manter os rapazes."

"O percurso do Campeonato do Mundo de 2026 é conhecido há muito tempo. Eu estava particularmente interessado na secção plana inicial e agora temos essa informação. A inspeção do percurso já foi feita; a equipa ainda tem de preparar um relatório. Quanto ao alojamento, temos de informar os ciclistas se é adequado para eles e, em caso afirmativo, confirmar a reserva", concluiu Murn.

Com a exigência crescente das Grandes Voltas e a competitividade cada vez mais precoce, Pogacar entra em 2026 com o estatuto de principal candidato em dois palcos globais. Montreal poderá ser o passo ideal rumo à confirmação em casa, num ano em que o ciclismo esloveno volta a colocar tudo sobre os ombros do seu maior ícone.