Red Bull vai reforçar bloco de 2026 com homem de apoio de Remco Evenepoel

Ciclismo
domingo, 29 junho 2025 a 3:30
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A aposta da Soudal - Quick-Step numa transformação radical de equipa com o objetivo declarado de conquistar a Volta a França com Remco Evenepoel tem vindo a custar caro ao ADN clássico do Wolfpack. Mas agora, a mais recente notícia vinda de Itália representa um revés ainda mais preocupante: Mattia Cattaneo, um dos homens de confiança de Evenepoel na montanha, estará de partida para a Red Bull – BORA – hansgrohe em 2026, segundo a Gazzetta dello Sport.
Com 34 anos, o italiano foi presença habitual ao lado de Remco em Grandes Voltas e desempenhou um papel essencial na sua adaptação ao Tour em 2023. Excelente contrarrelogista e sólido em etapas de montanha, Cattaneo alia a experiência ao rigor tático e à polivalência, características que o tornavam numa peça-chave da formação belga. A sua saída, depois da já anunciada mudança de Jan Hirt para a UAE Team Emirates, representa mais um duro golpe num bloco de apoio já fragilizado.
Na Volta à Itália deste ano, apesar do abandono precoce de Mikel Landa, Cattaneo mostrou ainda ter gás nas pernas, com um 4.º lugar no contrarrelógio da 10.ª etapa e prestações consistentes no apoio ao que restava da equipa. A mudança para a Red Bull parece lógica: menos responsabilidade de liderança, mais liberdade e um papel claro no apoio a líderes bem definidos, como Roglic ou Lipowitz.

Red Bull - BORA: uma super equipa em construção

Com o poder financeiro da Red Bull e uma clara mudança de paradigma, a estrutura germânica está a atrair nomes de peso para formar um bloco dominante nas Grandes Voltas. A chegada de Primoz Roglic já foi um marco no projeto, mas os olhos estão agora postos no futuro: Florian Lipowitz, que esteve a um excelente nível no Paris-Nice, Volta ao País Basco e Volta à Suíça, e Lorenzo Finn, o jovem prodígio italiano, são as novas apostas para a geral.
Cattaneo encaixa perfeitamente nesta equação: fiabilidade, inteligência tática e capacidade para estar presente nas três semanas, seja como gregário de luxo para Roglic ou como tutor dos mais jovens.

O que perde Evenepoel?

Muito mais do que um gregário. Cattaneo era um elo de ligação dentro da montanha, alguém que sabia dosear esforços, manter a calma e acompanhar Remco mesmo em dias complicados. A sua ausência expõe uma Soudal que, nos últimos anos, perdeu também corredores como Dries Devenyns (reformado), Fausto Masnada, e mais recentemente Hirt sem que tenha havido uma resposta à altura em termos de reforços.
Mesmo com a chegada de ciclistas como Ilan Van Wilder e o promissor William Junior Lecerf, fica a sensação de que o projeto está vulnerável nas subidas mais duras, sobretudo quando comparado com os gigantes da UAE ou da Visma.

Roglic vs Evenepoel: o futuro reencontro?

Com Roglic e Evenepoel a evoluírem em caminhos paralelos, a rivalidade entre ambos pode atingir novos níveis nos próximos anos. Curiosamente, o esloveno poderá vir a ser acompanhado por Cattaneo, o mesmo homem que guiou Remco nas montanhas, caso o belga não consiga concretizar as suas ambições com a Soudal.
Roglic, com 36 anos em 2026, poderá ainda ter ambição para tentar lutar pelo Tour uma última vez, mas tudo indica que será cada vez mais um mentor de Lipowitz e Finn. Neste contexto, o papel de Cattaneo como estabilizador de um grupo jovem e talentoso será essencial.
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