Com James Knox a entrar na sua oitava época ao serviço da Soudal - Quick-Step em 2025, o leal e fiável britânico viu muita coisa mudar nas últimas épocas, com a "Wolfpack" a evoluir de reis das clássicas para uma equipa de classificações gerais que apoia Remco Evenepoel. No entanto, de acordo com Knox, à medida que Evenepoel cresceu, o próprio belga manteve os pés bem assentes no chão.
"A maior parte do mérito deve ser atribuído a Patrick Lefevere pelo recrutamento e pela análise do que podia encontrar no mercado. Ele fez o seu melhor para construir uma equipa que apoiasse Remco tanto quanto possível. Penso que é preciso reconhecer que, em comparação com os orçamentos das grandes equipas de CG, ele não empregou super-domestiques com uma dotação orçamental semelhante à de equipas como a INEOS, Visma ou UAE, mas conseguiu reunir o melhor que pôde nos últimos cinco ou seis anos", afirma Knox em relação à mudança de rumo da Soudal - Quick-Step nas últimas épocas, à conversa com o Rouleur. "Há dez anos, quando ele estava a tentar construir a equipa, procurava preferencialmente os melhores sprinters, os melhores puncheurs, os futuros ciclistas de clássicas, mas conseguiu mudar um pouco a sua atenção e construir uma equipa mais forte com o orçamento que tem. Ele é bom a detetar coisas - se tivesse mais 10 milhões de euros seria fantástico, mas tem-se saído bem dentro do que é possível".
Quanto a Evenepoel, Knox conheceu bem a estrela belga ao longo dos anos em que andaram juntos. "Penso que essa é a forma correta de o descrever. É confiante e está disposto a tudo, seja em que dia for. Não importa se faz chuva ou faz sol, ele vai tentar", avalia Knox sobre o seu líder de equipa. "Como colega de equipa, isso inspira-nos porque nem sempre compensa, não é? Mas essa tem sido a forma de correr da Quick-Step, enfrentar os desafios e o Remco alimenta-se disso. Motiva-nos com o seu carisma, sabemos que se o chamar-mos à estrada, ele vai dar tudo o que tem para tentar ganhar".
Sendo uma das maiores estrelas do desporto belga, já para não falar só do ciclismo, os desempenhos de Evenepoel são também constantemente alvo de um grande escrutínio, algo que Knox notou. "O Remco está sob as luzes da ribalta, especialmente na Bélgica, e tem sido uma das maiores estrelas do mundo de uma forma que não consigo compreender. Os meios de comunicação social de lá podem destruir-nos muito rapidamente", explica Knox. "Quando as coisas correm mal, são realmente destacadas e faladas durante meses a fio. Quando as coisas correram mal na Vuelta em 2023, ele ficou chateado e desiludido e sentiu que nos tinha desiludido, mas no dia seguinte levantou-se, limpou as lágrimas e ganhou uma etapa. Que líder, que campeão".
Quando se trata dos seus próprios objetivos, Knox é mais reservado: "Todos os ciclistas sonham em ser como o Remco e o Mikel Landa, mas a realidade impõe-se acima da ambição e temos de perceber que não temos o que eles têm. No passado, nos meus melhores anos, fui capaz de estar ao lado dos melhores ciclistas, mas era esporádico, não todos os fins-de-semana como o Remco faz", conclui o ciclista de 29 anos, que está no último ano de contrato com a equipa. "Estou sempre mais do que feliz e disposto a pôr de lado as minhas próprias ambições para manter um lugar na equipa."