Remco Evenepoel entre a frustração e a esperança, numa primavera curta e intensa: "Ainda há tempo suficiente para preparar o Tour"

A primavera de Remco Evenepoel foi curta, mas intensa. Com apenas três semanas de competição, o belga iniciou o seu calendário com uma vitória convincente na Brabantse Pijl e encerrou com um triunfo no contrarrelógio final da Volta à Romandia. No entanto, entre esses dois momentos de brilho, os desempenhos deixaram margem para reflexão.

“Ele esperava fazer uma melhor Liege-Bastogne-Liege, não há como negar isso. Na Romandia, o prólogo foi bom, os dias seguintes também foram sólidos”, analisou José De Cauwer na antena da Sporza, comentando a forma irregular demonstrada por Evenepoel nas suas poucas aparições desta primavera.

“A partir daí, pensámos que os sinais eram positivos e que a evolução estava em curso. Mas depois voltou a surgir um dia mau. Na verdade, isso é normal”, acrescentou o experiente analista, destacando que a carreira do belga, embora recheada de feitos, nunca foi linear. "Mesmo assim, as expectativas à volta de Remco continuam sempre elevadas".

O foco de Evenepoel vira-se agora para um longo bloco de treinos com vista à Volta a França, o grande objetivo da sua temporada. Fica no ar a questão: teria sido preferível trocar a vitória na Brabantse Pijl por desempenhos mais fortes na Liège e na Romandia?

“Não é exatamente a mesma coisa. O impacto psicológico de um bom resultado na Liège seria diferente. Mas o próprio Evenepoel já sublinhou que só está a treinar há dois meses, depois de ter passado quatro parado. E, certamente, ainda há tempo suficiente para preparar o Tour", sublinha De Cauwer.

Com a Volta a França no horizonte e a condição física ainda em construção, Evenepoel entra agora numa fase crucial da sua época. Os sinais são mistos, mas a margem de progressão permanece intacta.