Richard Carapaz não escondeu a frustração após o desfecho da etapa 20 da
Volta a Itália 2025. O equatoriano da EF Education-EasyPost lutou com todas as forças para conquistar a Camisola Rosa, mas viu-se relegado ao terceiro lugar da classificação geral. E, no final da jornada, não teve problemas em apontar o dedo a
Isaac Del Toro.
A EF Education-EasyPost traçou uma estratégia agressiva para o dia decisivo. A formação norte-americana colocou toda a equipa a trabalhar para endurecer a corrida desde o início do Colle delle Finestre, imprimindo um ritmo desgastante na longa subida de 18 quilómetros, maioritariamente em gravilha. O objetivo era claro: desgastar Del Toro, que já tinha mostrado fragilidades em longos esforços na etapa 16.
Carapaz lançou múltiplos ataques na subida, tentando isolar o mexicano. Apesar da insistência e da dureza do terreno, Del Toro resistiu a todas as investidas, embora sem nunca contra-atacar. Mais à frente,
Simon Yates protagonizou um ataque devastador que decidiu a corrida a seu favor, enquanto Carapaz e Del Toro ficaram presos num impasse.
Após o topo do Finestre, o ritmo dos dois caiu abruptamente. Carapaz recusou colaborar e, no final da etapa, não poupou críticas ao jovem mexicano da UAE Team Emirates - XRG. "Podíamos ter sido os mais fortes, mas ganhou o mais esperto", afirmou Carapaz com um sorriso amargo.
Questionado sobre se Del Toro poderia ter adotado uma abordagem diferente, Carapaz foi direto: "No final, ele perdeu o Giro, acho que ele não soube correr bem e, no fim, o ciclista mais inteligente ganhou."
Com a falta de cooperação, ambos acabaram por ser alcançados por outros grupos, perdendo tempo precioso. Na meta, chegaram juntos, mas com o sonho da vitória já fora de alcance. Carapaz terá de contentar-se com o terceiro lugar no pódio, imediatamente atrás de Del Toro, que também viu escapar a possibilidade de vencer o Giro na sua primeira tentativa.
A etapa encerra assim um duelo tenso entre dois dos protagonistas da corrida, com palavras que deixarão marcas e com um vencedor que, segundo Carapaz, soube ler a corrida melhor do que os restantes.