A ONE Cycling é um projeto em desenvolvimento que pode revolucionar o ciclismo nos próximos anos.
Richard Plugge, responsável pelo projeto - e também pela Team Visma | Lease a Bike - apresenta algumas das ideias para tornar o desporto mais popular e atrativo para um público cada vez maior.
"Com a ONE Cycling, pretendemos envolver todos, incluindo o Tour, outras equipas e a
UCI - todos", disse Plugge no programa de rádio da BV Sports. "O ciclismo tem um potencial muito maior do que o atual âmbito financeiro. Isto aplica-se não só a mim, mas também aos organizadores e a outras equipas. Não se trata de criar uma Superliga, mas sim de trabalhar em conjunto. O presidente da UCI,
David Lappartient, apoia esta visão, também ele quer deixar o ciclismo num estado melhor quando deixar o cargo".
Recentemente, Lappartient, diretor da Volta a França, reafirmou que não vê qualquer interesse neste novo projeto, que se diz ter um grande apoio financeiro da Arábia Saudita. A ideia é criar uma liga de corridas semelhante ao World Tour - com muitos dos seus eventos actuais - e desenvolver o calendário de forma a que estas tenham mais estrelas, mais público e mais visualizações.
"Essencialmente, tornar o ciclismo um desporto mais atrativo do que é atualmente. Estamos a explorar esta questão com os organizadores e a UCI. No entanto, politicamente, as coisas têm estado calmas. Tivemos discussões extensas, mas o processo estagnou, o que é frustrante. Quanto aos investidores, há interesse de várias partes, não apenas da Arábia Saudita", conta. As preocupações ambientais relativas ao desporto também estão na mente do projeto, mas Plugge está muito interessado em aumentar o número de finais em circuito. Uma ideia que, segundo ele, já funcionou noutros grandes eventos.
"Logisticamente, está a tornar-se mais difícil. Porque não pensar em corridas em circuito? Chegará uma altura em que nem o Tour conseguirá percorrer 200 quilómetros do ponto A ao ponto B e poderá ser necessário optar por corridas em circuito. Atualmente, atravessamos as aldeias a 60 quilómetros por hora, quando o limite de velocidade é de 30 quilómetros por hora", conta. Ele dá o exemplo de alguns eventos que implementaram com sucesso esse formato.
"A Volta à Flandres foi implementada com sucesso e o Campeonato do Mundo é outro exemplo. Esta abordagem também gera receitas, uma vez que permite um maior valor de entretenimento para o público e oportunidades para vender pacotes de hotelaria", explica. "Ao fazê-lo, podemos manter o interesse das gerações futuras, especialmente tendo em conta a forte concorrência de outros desportos para os jovens. Esta estratégia permite-nos extrair mais valor do ciclismo do que o que existe atualmente."