Roglic abandonou, Pellizzari brilhou: "Hoje libertei toda a raiva que acumulei nos últimos dias"

Quem diria que, num dia negro para a Red Bull - BORA - hansgrohe, surgiria um raio de esperança? Com o abandono de Primoz Roglic, parecia que a formação alemã perderia todas as aspirações à classificação geral. No entanto, o jovem talento italiano Giulio Pellizzari emergiu com uma exibição de grande nível e está na luta por um lugar no Top-10.

“Estava à espera deste momento há muito tempo. Hoje libertei toda a raiva que acumulei nos últimos dias, por isso estou feliz”, confessou Pellizzari à Eurosport. “Obviamente, lamento que o Primoz tenha abandonado. Espero vê-lo depois da etapa, mas nós vamos continuar na Volta e ver o que acontece nos próximos dias.”

Com os olhos já postos na jornada seguinte, o jovem trepador antecipa. “Amanhã penso que é um dia mais propício para a fuga”, referiu, analisando o perfil da 17.ª etapa, que inclui a mítica ascensão ao Mortirolo, entre outros desafios. Ainda assim, a famosa subida surge a 50 quilómetros da meta e embora o terreno até ao fim esteja longe de ser plano, não se prevê que seja o cenário ideal para ataques entre os homens da geral.

Esta poderá ser uma das últimas oportunidades para os aventureiros brilharem na Volta a Itália e é precisamente por isso que Pellizzari antevê uma batalha renhida na frente da corrida, possivelmente até ao inicio do Passo del Tonale, a cerca de 60 quilómetros da meta. “Tentar fugir logo no início seria inútil”, explicou o jovem italiano.

Mas será que isso significa tréguas entre os favoritos à geral? Pellizzari não está convencido disso. “Vamos ver o que acontece entre os grandes nomes e depois veremos as duas últimas etapas, de que gosto muito.”

Hoje foi um dia marcante para o jovem de 21 anos, que subiu dez posições na classificação geral e colocou-se subitamente em posição de discutir um top-5. Ainda que não tenha certezas sobre o futuro, Pellizzari mantém os pés assentes no chão. “Não sei se algum dia poderei competir pela Volta a Itália, mas essa é a beleza da coisa, continuar a tentar, acreditar e esperar estar lá um dia para lutar pela Camisola Rosa.”