Ralph Denk, diretor desportivo da Red Bull BORA: "Agora temos de olhar em frente, o próximo grande objetivo é a Volta a França"

As esperanças de Primoz Roglic voltarem a conquistar a Camisola Rosa em 2025 terminaram abruptamente esta terça-feira. Após um início encorajador, que o viu inclusive vestir a liderança da Volta a Itália, o esloveno foi forçado a abandonar a corrida na 16.ª etapa, devido ao desgaste acumulado pelas sucessivas quedas sofridas ao longo da prova.

O abandono de Roglic é o capítulo mais amargo de uma Grande Volta marcada pelo infortúnio para a Red Bull - BORA - Hansgrohe, como admitiu o chefe de equipa Ralph Denk num comunicado oficial.

“É uma pena para nós, enquanto equipa. Este Giro era um dos grandes objectivos da temporada”, lamentou Denk. "Mas nas últimas duas semanas, a sorte simplesmente não esteve do nosso lado".

Roglic, que chegou ao Giro em boa forma, enfrentou um cenário repetido da sua carreira nas Grandes Voltas: queda atrás de queda, desde a etapa de sterrato até ao descalabro na subida ao Monte Grappa. O dia de descanso não trouxe melhorias, e na 16.ª jornada acabou mesmo por sair do radar televisivo após mais uma queda, selando o abandono.

“Ele tentou continuar, mas o corpo disse basta. Estava com demasiadas dores e lesões acumuladas. Nem o dia de descanso ajudou”, explicou Denk. "Não era isto que esperávamos, mas o desporto é assim mesmo".

A baixa de Roglic junta-se à de Jai Hindley, também obrigado a abandonar após uma queda nos primeiros dias de competição. A ausência de duas peças-chave num percurso montanhoso como o do Giro deixou a estrutura da BORA fragilizada.

Apesar da frustração, a estrutura da Red Bull - BORA - hansgrohe já projeta a próxima meta no calendário: a Volta a França 2025, onde Roglic deverá reaparecer com ambições renovadas. O esloveno já demonstrou ao longo da carreira uma resiliência notável perante a adversidade, e Denk acredita que o foco imediato será a recuperação plena para preparar o Tour da melhor forma possível.

"Agora temos de olhar em frente. Para o Primoz, o próximo grande objetivo é a Volta a França, e é aí que estamos concentrados".

Esta não é a primeira vez que Primoz Roglic enfrenta um revés numa grande volta. Em 2021, 2022 e 2024, abandonou a Volta a França devido a quedas ou lesões, mas em todas essas temporadas conseguiu reencontrar o caminho da vitória, com destaque para os seus sucessos na Volta a Espanha.

A grande dúvida agora é se conseguirá canalizar mais uma vez essa força de recuperação para finalmente alcançar o título que ainda lhe falta: a Camisola Amarela em Paris. Depois da frustração do Giro, o caminho é de reconstrução - física, táctica e emocional - mas, se há alguém capaz de o trilhar, é Roglic.