Romain Bardet perto da vitória na etapa 13 da Volta a Itália: "Quando vi uma oportunidade, fui em frente"

Ciclismo
sábado, 24 maio 2025 a 2:00
bardet
A 13.ª etapa da Volta a Itália 2025 teve muitos protagonistas, mas um dos momentos mais curiosos foi protagonizado por Romain Bardet, que, aos 33 anos e numa fase mais madura da sua carreira, voltou a dar espetáculo com um ataque oportuno e audaz a 10 quilómetros da meta.
“Foi um dia mais difícil do que parecia no papel”, reconheceu o francês da Team dsm-firmenich PostNL, destacando o início rápido e a violência com que a corrida explodiu na secção montanhosa, fruto de um ataque coletivo dos INEOS Grenadiers.
Quando o grupo de favoritos se reagrupava após o sprint intermédio do Red Bull KM e os segundos de bónus estavam distribuídos, Bardet, sempre atento, viu uma brecha na inércia do pelotão e lançou-se num ataque em descida que fez recordar os seus melhores momentos no Tour.
“Quando vi uma oportunidade na final, agarrei-a”, explicou com naturalidade, sem grandes expectativas, mas com aquele instinto que sempre o definiu.
O checo Mathias Vacek (Lidl-Trek) seguiu-lhe a roda e, por momentos, parecia haver uma chance real de surpresa. No entanto, o comboio da Alpecin-Deceuninck, a trabalhar para a vitória de etapa de Mads Pedersen, foi implacável e anulou a fuga antes da rampa final em Vicenza.
Apesar de a jogada ter sido neutralizada, Bardet não ficou desiludido. Foi uma tentativa sem riscos, mas carregada de intenção — um sinal de que o francês ainda corre com paixão e intuição, mesmo quando sabe que os grandes dias de glória já ficaram para trás.
“Como equipa, rodámos bem juntos, cuidando uns dos outros e mantendo a posição”, concluiu Bardet, reconhecendo também o trabalho sólido da DSM em torno do jovem Max Poole, que continua a lutar por um lugar nos 15 primeiros da geral.

Um veterano que não abdica do ataque

A atitude de Bardet contrasta com a tendência atual de conservadorismo nas Grandes Voltas. Num pelotão onde os segundos são calculados ao milímetro e a contenção reina, o francês recusa-se a perder a identidade: um trepador puro, ofensivo, com faro para o momento certo.
Numa Volta a Itália onde os holofotes estão virados para Del Toro, Ayuso, Roglic e Bernal, foi reconfortante ver um veterano a arriscar, não por obrigação, mas por prazer.

Perspetiva para o resto da corrida

A DSM ainda não venceu neste Giro e Bardet sabe que não tem pernas para a classificação geral. No entanto, episódios como este deixam claro que ele continuará a procurar oportunidades nas fugas e finais seletivos. Com mais duas semanas montanhosas pela frente, será difícil travar a sua ambição por uma despedida em grande.
Num Giro onde tantos correm com calculadora, Bardet corre com o coração — e o pelotão, e os adeptos, agradecem-lhe por isso.
aplausos 0visitantes 0
Escreva um comentário

Últimas notícias

Notícias populares

Últimos Comentarios