"Sentimo-nos em perigo!" - Ciclista que foi ao chão devido a protesto anti-Israel pede que se deixe de pôr em perigo o pelotão da Vuelta

A presença da Israel - Premier Tech na Volta a Espanha 2025 continua a gerar protestos diários nas estradas espanholas. Embora as manifestações sejam dirigidas à equipa israelita, as consequências começam a afetar ciclistas de outras formações, levando vários corredores a apelar publicamente à responsabilidade dos manifestantes.

O episódio mais recente aconteceu na 10ª etapa, rumo a Larra-Belagua. Um grupo de ativistas pró-Palestina tentou novamente interromper a corrida, aproximando-se do pelotão com bandeiras e cartazes. A rápida intervenção policial evitou um bloqueio total da estrada, mas a confusão acabou por provocar a queda de Simone Petilli (Intermarché-Wanty).

O italiano, que sofreu escoriações, recorreu esta manhã às redes sociais para desabafar: “Compreendo que não é uma boa situação, mas ontem tive uma queda por causa de um protesto na estrada. Por favor, somos apenas ciclistas e estamos a fazer o nosso trabalho. Se isto continuar assim, a nossa segurança já não está garantida e sentimo-nos em perigo! Só queremos correr!”

Não é a primeira vez que as corridas por etapas são alvo deste tipo de ações. Já na Volta a Itália e na Volta a França se registaram protestos semelhantes, mas em Espanha o ambiente está particularmente tenso. Recorde-se que a Israel – Premier Tech foi mesmo bloqueada durante o contrarrelógio por equipas da 1ª semana, tendo sido reintegrada cerca de 15 segundos depois.

A repetição dos incidentes começa a preocupar o pelotão. O belga Louis Vervaeke (Soudal – Quick-Step) juntou-se ao apelo de Petilli, sublinhando que a questão política não deve comprometer a integridade dos corredores:

“Reconhecemos plenamente que toda a gente tem o direito de protestar. No entanto, pedimos que o façam de forma segura. A nossa atenção está centrada no desporto e não na política. Respeitosamente, pedimos que não nos ponham em perigo, nem a nós nem a vocês próprios.”

A preocupação aumenta com o regresso da Vuelta ao País Basco na 11ª etapa, onde se esperam milhares de adeptos nas estradas estreitas e íngremes em redor de Bilbau. Fontes locais dão conta de manifestações organizadas em várias localidades e nas subidas decisivas previstas para o fim de semana, aumentando o receio de que novos episódios possam voltar a perturbar a corrida.

Por agora, a polícia reforçou a vigilância ao longo do percurso, mas no pelotão a mensagem é clara: os protestos podem continuar, mas a segurança dos ciclistas não pode ser posta em causa.