Sep Vanmarcke pronuncia-se contra as rodas com aros sem ranhura: "O meu apelo à UCI é claro: proíbam-nas"

O ciclismo está em constante evolução e todas as equipas procuram formas de desenvolver formas de tornarem as bicicletas mais leves e mais rápidas, com ganhos marginais. Um dos ultimos desenvolvimentos adoptados recentemente por alguma equipas são rodas com aros sem ranhura para sustentar o pneu e o director desportivo da Israel - Premier Tech, Sep Vanmarcke, falou sobre o tema e pediu uma intervenção rápida e concisa do organismo que regula a modalidade.

"Com os aros normais ou com os aros sem ranhuira, existe uma ranhura no interior do aro onde o pneu se prende, para que o pneu fique no seu lugar. Agora nos ultimos anos os fabricantes de rodas têm estado ocupados a desenvolver aros sem essa ranhura. Aros sem ranhura", diz Vanmarcke ao Het Nieuwsblad, explicando em termos leigos o que está em causa. "São mais baratos de produzir, são mais leves e a falta dessa ranhura significa que o pneu pode assentar melhor contra o aro, o que resulta numa maior aerodinâmica e, portanto, mais rápido."

Podem ser mais baratas, mais rápidas e mais aerodinâmicas, mas há também problemas evidentes com os aros sem ranhura. "Tudo isto soa bem, mas há uma enorme desvantagem: não é absolutamente seguro", alerta Vanmarcke. "Não há ranhura para segurar o pneu no lugar, o pneu salta se houver um furo. E depois, como ciclista, não temos qualquer hipótese, sofremos com todas as consequências."

Um desses casos aconteceu recentemente na segunda etapa da Etoile de Bességes 2025. Nessa etapa, Marc Brustenga, da Equipo Kern Pharma, caiu no sprint final para a meta, aparentemente do nada. "Quando vi o que aconteceu, pensei imediatamente: isto deve-se aos aros sem ranhura que ele está a andar", recorda Vanmarcke. "A Equipo Kern Pharma tem a Cadex como patrocinador de ciclismo e de facto, eles vendem aros sem ranhura. Um mais um são dois". É de notar que um porta-voz da Giant disse entretanto à Cyclingnews que a causa do incidente foi o "resultado de danos na roda sofridos quando ele bateu num buraco na estrada a alta velocidade", acrescentando que "não foi o resultado de nenhuma avaria com o pneu ou na roda".

No entanto, o antigo vencedor da Omloop Het Nieuwsblad, de 36 anos, é conciso na sua mensagem ao organismo que rege o desporto. "O meu apelo à UCI é claro: proíbam-nas" conclui.