Steven Kruijswijk vê o final da sua longa carreira mais perto, mas garante "Ainda tenho a motivação para atingir o meu melhor nível"

Steven Kruijswijk é agora um dos ciclistas mais experientes da Team Visma | Lease a Bike. Na semana passada o ciclista de 37 anos competiu na Volta a Omã, pedalando ao lado de companheiros de equipa mais jovens como Cian Uijtdebroeks e Olav Kooij, de 21 anos. Apesar da diferença de idades, gosta de trabalhar com os jovens talentos da equipa.

"É divertido estar com estes jovens. Eles estão todos muito motivados e podem aproveitar a sua oportunidade aqui sem terem muita pressão. Espero poder orientá-los um pouco nesse sentido. Além disso, também quero trabalhar na minha forma para esta temporada", disse Kruijswijk à Wielerflits.

Kruijswijk optou por uma abordagem diferente para a sua época este ano, escolhendo começar a correr mais cedo em vez de se concentrar num bloco de treino de inverno prolongado. "Também é um pouco uma aventura para mim. Estamos a fazer uma abordagem ligeiramente diferente da dos outros anos, mas pedi para começar a minha época um pouco mais cedo, em vez de treinar durante um inverno muito longo. Também tendo em vista o Giro. Também é bom fazer algo diferente do que estar sempre em Tenerife".

Como um dos pilotos mais experientes da equipa, Kruijswijk desempenha um papel fundamental na orientação de jovens talentos como Uijtdebroeks. "Nesse aspeto, sou uma espécie de extensão entre os ciclistas e a direção da equipa. O Cian tem o talento e agora cabe-lhe a ele e à equipa deixá-lo crescer e traduzi-lo em resultados. O talento está definitivamente presente e talvez tenhamos de esperar um pouco mais do que ele esperava. O Cian está muito ansioso por aprender. Eu posso ajudá-lo se vir as armadilhas em que ele pode cair".

Kruijswijk está na Visma desde 2010 e assistiu à transformação da equipa. Desempenhou um papel crucial no seu sucesso e chegou mesmo a subir ao pódio na Volta a França de 2019.

"Nos últimos anos passei a ser mais um ciclista de apoio. Isso não significa que não continue a tentar dar o meu melhor para contribuir para os êxitos da equipa. Ainda posso atingir esse nível, mas já não é certamente o meu papel assegurar sozinho esses êxitos. Já não tenho essas ambições. São as ambições da nossa equipa que tenho de ajudar a concretizar".

Kruijswijk reconhece a força da equipa e compreende o seu lugar na mesma. "A equipa tornou-se muito forte. Temos um bicampeão do Tour, o Jonas Vingegaard, temos o Wout van Aert e uma série de grandes talentos. Por isso, não me cabe a mim dizer que quero ter a minha própria oportunidade. Na verdade, estou muito feliz por ainda poder correr pela equipa".

Ao fazer uma retrospectiva dos anos que leva com a equipa, Kruijswijk tem orgulho no seu percurso. "Se virmos de onde viemos e onde estamos agora, isso é muito bom. É claro que houve muitos grandes sucessos, mas também sabemos muito bem que nem tudo é fácil. Depois de um ano como o da época passada, viu-se isso muito bem. Mas isso faz parte e estou muito feliz por ter feito toda a minha carreira aqui".

Embora continue motivado, admite que os altos e baixos do ciclismo, nomeadamente as lesões, lhe proporcionaram momentos de reflexão. "Continuo motivado para atingir o meu melhor nível. Caso contrário, com a minha idade, já teria parado há muito tempo. A motivação continua a existir e estou ansioso pela nova época".

"Embora tenha de admitir que esses acidentes nos fazem pensar. Como ciclista, pensamos em muitas coisas. Sobre o ciclismo em geral, sobre o nosso futuro e se tudo isto ainda vale a pena. Mas mesmo assim, sinto-me sempre cem por cento motivado para recuperar e lutar. Enquanto tiver esse sentimento, sei que continuo a gostar de correr".

Quanto ao seu futuro, Kruijswijk mantém a mente aberta. "Quanto tempo é que quero continuar? Essa é uma boa pergunta. Ainda não tenho um ponto final em mente, mas dada a minha idade, é claro que estou no fim da minha carreira. Vai ser uma grande época, com o Giro como ponto alto. Temos grandes objectivos e posso trabalhar um pouco a todos os níveis. Espero que possamos ter muito sucesso com o Olav, o Wout e o Simon Yates".

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