Tadej Pogacar desvaloriza lesões sofridas na queda durante a 11ª etapa da Volta a França: "As minhas pernas são mais importantes do que os braços"

À partida para a temível 12.ª etapa da Volta a França de 2025, com chegada em alto no icónico Hautacam, Tadej Pogacar revelou-se resiliente, mas longe de estar nas melhores condições. Após a queda sofrida no final da etapa anterior, o líder da UAE Team Emirates - XRG não teve uma noite fácil, algo que em nada ajuda antes de enfrentar o primeiro grande teste nas montanhas pirenaicas.

Na manhã desta quinta-feira, já na linha de partida, o campeão do mundo falou aos jornalistas e atualizou o seu estado físico. Apesar de manter o habitual tom sereno, admitiu que as lesões o condicionaram, embora não o deitem abaixo.

"Estou bem. Nada de muito mau. Só tenho o braço esquerdo bem marcado. É como uma queimadura de asfalto. E bati um pouco na anca e no ombro. Mas, felizmente, consegui voltar rapidamente à bicicleta", explicou Pogacar à TNT Sports. "Hoje é outro dia. Não é a primeira vez que caio e continuo a corrida. Vamos ver como estão as pernas. Acho que as minhas pernas são mais importantes do que os meus braços. Espero que estejam a funcionar bem."

Apesar do incómodo, o esloveno mostrou-se confiante no apoio da sua formação. "Tenho uma equipa muito forte à minha volta. Eles dão tudo por mim. Por isso estou grato por poder contar com eles, mesmo que tenha um dia difícil. Mas espero que não."

Além das questões físicas, Pogacar mostrou também estar emocionalmente abalado com uma tragédia recente no mundo do ciclismo. Antes de partir para a etapa, fez questão de homenagear Samuele Privitera, jovem italiano que perdeu a vida na véspera, após um acidente numa corrida. "É devastador. Este é um desporto perigoso, talvez um dos mais perigosos do mundo. Às vezes, os riscos que corremos são demasiado grandes. Estou profundamente triste por toda a família dele. Que descanse em paz. Ele merece não ser incomodado agora. É uma perda muito grande."

Com o Hautacam à espera e a batalha contra Jonas Vingegaard ao rubro, o Pogacar que se apresenta na estrada nesta etapa 12 traz não só feridas no corpo, mas também um peso emocional visível. Se será suficiente para o travar, ou apenas mais um obstáculo a superar, o asfalto pirenaico dirá.