Tadej Pogacar consolidou-se como o ciclista mais forte e mais bem sucedido do pelotão atual e a sua época de 2024 está a ser considerada, de forma bastante realista, como o melhor ano de sempre de qualquer ciclista profissional. Embora tenha tomado a decisão correta ao vencer o
Campeonato do Mundo, Il Lombardia, o GP Montreal e o Giro dell'Emilia, o esloveno admite que é possível vencer as três Grandes Voltas no mesmo ano.
"Ganhar as três Grandes Voltas num ano é possível. Mas respeito os meus colegas de equipa. Sabemos que a
UAE Team Emirates tem potencial para ganhar uma Grande Volta, mesmo que eu não esteja lá. Não há necessidade de ser ganancioso na minha equipa", disse Pogacar em palavras à Siol, agência de notícias da Eslovénia. "Não quero fazer inimigos onde me sinto em casa".
O esloveno estava cansado depois de ter vencido a
Volta a Itália e a
Volta a França. De facto, decidiu não correr os Jogos Olímpicos, situação ajudada pela inesperada ausência da sua noiva Urska Zigart. Em vez disso, decidiu focar lentamente os seus objetivos no final da época. No próximo ano é provável que não corra o Giro, o regresso ao Tour é praticamente certo e é provável que corra a
Volta a Espanha para conquistar a corrida de três semanas que lhe falta.
No entanto, a vitória no Campeonato do Mundo foi uma novidade no palmarés e algo muito importante. "As camisolas rosa e amarela são bonitas, mas só as podemos usar durante três semanas por ano. Usamos a camisola arco-íris durante toda a época, em todas as corridas. Dá-se sempre nas vistas com ela e todos olham para nós como campeões do mundo", argumenta. "Foi uma noite agitada depois da vitória em Zurique. Não se tratou apenas de uma cerveja". No próximo ano, com outro percurso montanhoso no Ruanda, não é impossível que renove o título.
Tadej Pogacar deixa elogios a Primoz Roglic
Em declarações à agência noticiosa eslovena, foi obviamente discutido o significado deste sucesso para o país: "Espero que, a pouco e pouco, todos se apercebam do que alcançámos juntos na Eslovénia. Tudo começou com o
Primoz Roglic. Mais tarde juntei-me a ele, mas também Matej Mohoric, Jan Tratnik, Domen Novak e outros. O que temos atualmente é incrível. Duvido que esta era excecional do ciclismo esloveno vá durar muito tempo".
Em grande parte, entende-se que Primoz Roglic é mais popular no seu país natal e, após a batalha da Volta a França de 2020, uma pequena parte chegou mesmo a criar uma antipatia por Pogacar por ter afastado Roglic da camisola amarela no último dia de competição. "Há um ou dois anos tive a sensação de que os eslovenos não me viam como um deles. Não penso necessariamente que me faltem adeptos entre os meus compatriotas, mas aqueles que espalham negatividade são normalmente os mais visíveis. Continuo a ver comentários negativos nos fóruns online, mas cada vez menos".
Pogacar é único e enverga agora a camisola arco-íris da Eslovénia. Mas o seu compatriota, que venceu a Vuelta n verão, é alguém que ele gosta de ver correr. "Nunca tive problemas com o Roglic. Sempre aguardei com expetativa as suas vitórias e pensei 'este avô é maluco'. Depois conheci-o um pouco melhor e vi que ele é de facto louco, mas no bom sentido", concluiu.