Tadej Pogacar é um ciclista que gosta de correr de forma agressiva e é, de longe, o trepador mais forte da
Volta a Itália. Com três vitórias de etapa no Giro, o esloveno sabe que é possível ganhar ainda mais e não é o maior fã da tática conservadora utilizada durante a etapa 10, em que a
UAE Team Emirates deixou a fuga lutar pela vitória da etapa.
"Foi uma decisão bastante diplomática não tentar ganhar a etapa. Mas fazer tais concessões não me deixa necessariamente feliz", disse Pogacar numa entrevista após a corrida. "Queríamos correr de uma forma que deixasse toda a gente feliz. Não se tratava de saber se eu ia ganhar ou não. Apenas rodámos com mais calma e isso significou que a Bahrain Victorious teve de fazer mais trabalho. Não tínhamos o controlo na última subida".
Com metade do Giro pela frente e uma Volta a França no verão, faz sentido que o esloveno tente poupar um pouco de energia, se possível. Apesar de não ser à prova de bala, a sua vantagem de mais de 2:30 minutos sobre Daniel Martínez, nas atuais circunstâncias, faz de Pogacar claramente o homem a bater na corrida. Ele sabe que uma vitória de etapa seria provável se os ciclistas da classificação geral tivessem a oportunidade em Bocca della Selva, mas Pogacar seguiu o conselho da equipa para correr de forma mais conservadora.
"Eu preferia uma abordagem em que nós próprios determinássemos como e o que fazer. Mas há muitos ciclistas no pelotão e temos um bolo para partilhar. Por vezes temos a oportunidade, outras vezes não", acrescenta. Terminou a etapa ao lado de Ben O'Connor e dos principais candidatos à vitória na classificação geral, com pequenas diferenças a serem criadas no final: "Ainda é um pouco 50-50, mas, por exemplo, numa Prati di Tivo, era mais fácil para nós tentar ganhar a etapa. No entanto, não devemos preocupar-nos em deixar toda a gente satisfeita. Também temos de pensar no que está para vir."