"Tem de ser Team Almeida" - De Cauwer apela ao foco total da Emirates no apoio a João Almeida na Vuelta

Ciclismo
segunda-feira, 08 setembro 2025 a 11:00
JonasVingegaard_JoaoAlmeida (2)
O segundo dia de descanso da Volta a Espanha 2025 chega com a corrida num equilíbrio raro para esta fase. Após a demonstração de força de João Almeida no Angliru, a camisola vermelha de Jonas Vingegaard está ao alcance do português. O dinamarquês conta duas vitórias de etapa contra uma do português, mas a vantagem na geral é de apenas 48 segundos, deixando tudo em aberto para a última semana.
O analista José De Cauwer sublinhou o carácter excecional deste duelo: “Isto não acontece muitas vezes na última semana de uma Grande Volta. Pensei que o Vingegaard iria deixar uma marca mais notória. Nos últimos dias, as coisas mudaram um pouco a favor de Almeida. Agora temos dois favoritos, o que torna tudo mais bonito.”

Emirates dividida?

Curiosamente, Vingegaard parece condenado a enfrentar ciclistas da UAE Team Emirates - XRG ano após ano. Primeiro, nos duelos épicos com Tadej Pogacar na Volta a França, e agora com João Almeida na Volta a Espanha. Mas apesar da consistência do português, a estrutura da Emirates ainda não deu sinais claros de apoio total ao seu líder luso.
Com sete vitórias em quinze etapas, a equipa mais vitoriosa da prova distribuiu esforços entre diferentes objetivos, sem canalizar toda a força coletiva para Almeida. Para De Cauwer, é altura de mudar de estratégia: “A vitória final deve ser o mais importante. Eles devem, acima de tudo, apoiar totalmente o Almeida. Não creio que a chave esteja no Ayuso. Vi sobretudo um Grossschartner muito bom.”

Teste final à resistência de Almeida

A grande dúvida, segundo o analista belga, é a capacidade de Almeida manter-se sólido até Madrid. “Ainda temos de ver se o Almeida consegue reduzir diferenças numa Grande Volta. Já sabemos isso em relação ao Vingegaard.”
O contrarrelógio individual de quinta-feira surge como momento-chave. Apesar de ser uma arma natural de Vingegaard, o dinamarquês chega sob desconfiança depois de um Tour onde revelou fragilidades.
E no horizonte ergue-se a Bola del Mundo, chegada de alto risco no sábado, que pode decidir a corrida. “É uma etapa com mais de 4.000 metros de desnível. Poderemos acabar com uma corrida total, com alguém que se atreva a perder. Então, teremos de dar tudo por tudo. Acho que o Almeida vai ser um pouco mais ousado. A equipa vai agora perceber que tem de ser a ‘Team Almeida’.”
Com Madrid cada vez mais próximo, a Vuelta entra na fase mais tensa: a luta entre um campeão já consagrado e um português que sonha com um feito histórico.
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