Primoz Roglic tem estado muito aquém das expectativas ao longo das duas primeiras semanas da
Volta a Itália 2025, e nem as sólidas prestações nos contrarrelógios conseguem disfarçar esse facto. Embora as grandes etapas de montanha ainda estejam por disputar, o esloveno já se encontra a quase quatro minutos da liderança e tem mostrado sinais preocupantes de fragilidade.
Durante vários dias, pairava a dúvida: estaria Roglic verdadeiramente abaixo do seu melhor ou estaria apenas a gerir esforços, à espera da terceira semana? Para
Thijs Zonneveld, comentador no podcast
In de Waaier, essa dúvida já está desfeita. “Acho que agora podemos concluir que é a opção um”, afirmou, referindo-se à clara quebra de forma do líder da Red Bull - BORA - hansgrohe, que perdeu um minuto e meio numa chegada que, teoricamente, não apresentava grande dificuldade.
“Ele não está bem”, sentenciou o analista neerlandês. “Não era uma subida particularmente difícil. Estavam a pedalar a uma média de 30 km/h, o que até facilita se estiveres no grupo. Mas ele foi simplesmente deixado para trás. Foi um dos mais fracos entre os favoritos.”
É verdade que Roglic não começou esta Volta a Itália em má forma. As quedas sucessivas ao longo da prova — na etapa 9, em pleno troço de gravilha, depois durante o reconhecimento do contrarrelógio dois dias mais tarde, e de novo no caos da etapa 14 — deixaram marcas físicas e mentais. “Ele teve alguns acidentes sérios e já estava por um fio. Numa jornada tão exigente como esta, é natural que tenha tido uma quebra”, reconheceu Zonneveld.
Contudo, o comentador também contextualizou a prestação do esloveno com base num padrão mais amplo: Roglic sempre mostrou menos eficácia nas etapas de montanha longas e constantes, onde o desgaste é acumulado de forma implacável. “Sempre foi o seu ponto fraco”, sublinhou.
O que sempre diferenciou Roglic, mesmo em dias menos bons, era a sua capacidade de finalizar. O último quilómetro era o seu terreno de eleição, onde a potência explosiva fazia a diferença. “Roglic é excecional em esforços curtos, entre cinco minutos e meia hora. Essa foi sempre a sua especialidade”, explicou Zonneveld. “Mas com o passar dos anos e a mudança de equipa, parece que perdeu a nitidez desse sprint final. Ainda não vimos aquele Roglic do passado, capaz de arrasar tudo nos últimos 100 metros. Nem uma única vez neste Giro.”