Nem
Primoz Roglic, nem sequer
Juan Ayuso conseguiram roubar o protagonismo nas duas primeiras semanas da
Volta a Itália 2025. Entre os favoritos à classificação geral, todos foram superados por mais uma joia da UAE Team Emirates XRG:
Isaac Del Toro. No entanto, o desafio mais exigente ainda está por vir. Defender a Camisola Rosa durante a exigente terceira semana de uma Grande Volta será o seu maior teste.
“Penso que o seu único adversário pode ser a pressão e a inexperiência, porque quando o vemos correr, pensamos: agarra os teus segundos quando puderes”, avaliou Michael Boogerd no podcast
Kop Over Kop. O antigo ciclista da Rabobank acredita nas chances do jovem mexicano conquistar a vitória final, mas alerta para os desafios mentais que se aproximam.
O próprio Del Toro tem consciência dessa transição. Reconhece que, ao contrário das etapas anteriores, onde respondeu prontamente a praticamente todos os ataques, terá de ser mais paciente e inteligente nesta fase final. No Monte Grappa, por exemplo, o trepador de 21 anos integrou-se num ataque conjunto com Egan Bernal, Thymen Arensman e Richard Carapaz, mais como um teste do que como uma jogada decisiva. A ideia era provocar e observar reações.
“Se ele ainda tiver as pernas que tem agora, vai tentar, e então estará ainda mais confortável. Para mim, ele é o grande favorito”, reforçou Boogerd, rendido ao talento do jovem da Baja California.
Del Toro conta atualmente com 1:20 de vantagem sobre Simon Yates, o que faz com que muitos especialistas defendam uma abordagem mais conservadora nesta terceira semana. Com uma margem sólida, a lógica aponta para o controlo da corrida em vez da procura de mais tempo. Ainda assim, há quem pense diferente. Traksel, por exemplo, defende que o mexicano deve manter-se ofensivo, confiante na sua condição física. “De momento, não vejo nenhum ciclista capaz de atacar Del Toro nas subidas.”
Mesmo que surja um dia mau, Del Toro não carrega sozinho a responsabilidade dentro da UAE. Juan Ayuso, atual terceiro classificado, permanece bem posicionado para assumir a dianteira se for necessário. O espanhol não o dirá em voz alta, mas certamente não hesitará em tomar o protagonismo se as circunstâncias o exigirem.