Tim Wellens conta como venceu a 15ª etapa: "Tentámos bloquear a estrada, mas eles..."

Tim Wellens já tinha triunfado na Volta a Itália e na Volta a Espanha, mas faltava-lhe o triunfo que mais ciclistas sonham alcançar: uma vitória numa etapa na Volta a França. Esse momento chegou este domingo, com o belga da UAE Team Emirates - XRG a erguer os braços, selando assim uma conquista simbólica e marcante. Foi o 41.º triunfo da carreira, mas como o próprio confessou, provavelmente a mais importante de todas.

“É uma vitória muito especial. Acho que toda a gente conhece a Volta à França, toda a gente quer correr na Volta à França e não há muita gente que ganhe na Volta à França. Por isso esta é uma vitória muito bonita”, afirmou Wellens, visivelmente emocionado após cruzar a meta.

“Antes da etapa, o Niels e eu estávamos a rir-nos um pouco da ideia de que íamos fazer uma pausa no trabalho. De repente houve um grande queda e tentámos bloquear a estrada e esperar pelos ciclistas envolvidos, mas eles continuaram a atacar. Eu segui uma movimentação e quando dei por ela estava na fuga”, explicou o belga.

Apesar da forte oposição no grupo da frente, Wellens mostrou-se superior logo após a última subida categorizada do dia. Com 34 anos e uma forma invejável, soube dosear energias e atacar no momento certo, aproveitando o falso plano depois da subida para se isolar.

“Na última subida do dia sentia-me muito bem. Vi que os outros também estavam muito bem. Eu sabia que tinha de ir sozinho no topo da subida, encontrei o meu momento e sentia que tinha pernas para manter um bom ritmo até ao fim. Tive a oportunidade, aproveitei-a e tive pernas para a terminar”, disse o ciclista, que reforçou o espírito coletivo da UAE: “Mas é claro que troco a minha vitória de hoje, pela amarela do Tadej em Paris.”

Esta vitória representa não apenas um marco individual, mas também um símbolo da sua reinvenção enquanto ciclista desde que se juntou à formação dos Emirados Árabes Unidos. O próprio Wellens reconhece a importância deste momento para completar a “trilogia” dos seus triunfos em Grandes Voltas.

“Finalmente consegui completar a trilogia do Giro, Tour e da Vuelta. Hoje sabia que tinha de aproveitar o momento e a opotunidade. Continuei a pedalar até à meta, porque queria ter uma grande vantagem, para poder desfrutar plenamente do momento e talvez levantar a bicicleta depois da chegada. Mas estava tão feliz com a vitória que me esqueci de o fazer”, concluiu entre sorrisos.