O experiente
Tim Wellens vive um dos momentos mais brilhantes da sua carreira. Este domingo, na 15.ª etapa da
Volta a França, o belga da
UAE Team Emirates - XRG venceu de forma categórica em Carcassonne, numa jornada marcada pela fuga, pela alta velocidade e pela sua impressionante arrancada a solo. Wellens celebrou aquela que é a sua primeira vitória na Grand Boucle, completando assim a trilogia de vitórias nas Grandes Voltas, depois de já ter vencido etapas tanto na Volta a Itália como na Volta a Espanha.
Desde o quilómetro zero que o pelotão se lançou numa corrida frenética. Sabia-se que o dia seria propício à fuga e as movimentações foram constantes. A média do vencedor, uns impressionantes 47,5 km/h, reflete bem o ritmo altíssimo, apesar da presença de duas subidas no percurso. A primeira hora foi caótica, com vários grupos a tentarem sair do pelotão, mas só a meio da etapa é que a fuga principal ganhou contornos definitivos.
Entre os protagonistas da frente destacaram-se nomes como Matej Mohoric, Quinn Simmons, Michael Storer,
Victor Campenaerts, Tim Wellens, Neilson Powless e Alexey Lutsenko. Mais atrás, espalhados pela estrada, estavam cerca de duas dezenas de perseguidores, incluindo o décimo classificado da geral, Carlos Rodríguez, bem como Jordan Jegat, Ben O'Connor e Guillaume Martin, todos eles a ganhar tempo importante face ao pelotão comandado pela UAE Team Emirates - XRG.
A subida ao Pas du Sant, com 3 km a 9%, foi um momento decisivo, fragmentando o grupo da frente e colocando os mais fortes em evidência. No entanto, seria numa longa e suave ascensão a 44 km da meta que Wellens assinaria o seu movimento mais audaz: um ataque demolidor, que apanhou todos de surpresa e lhe permitiu cavar rapidamente uma vantagem significativa.
A perseguição revelou-se desorganizada. Havia demasiados ciclistas com interesses divergentes e ninguém assumiu verdadeiramente a perseguição. Nem mesmo os nomes sonantes entre os perseguidores (Victor Campenaerts, Carlos Rodríguez, Aleksandr Vlasov, Quinn Simmons, Michael Storer, Warren Barguil ou Alexey Lutsenko) conseguiram coordenar esforços para encurtar a diferença.
O desfecho foi inevitável: Tim Wellens cruzou a meta sozinho, com autoridade, inscrevendo o seu nome na história como vencedor de etapas nas três Grandes Voltas. Uma vitória que foi tanto aclamada pela sua qualidade desportiva como pela sua carga simbólica, coroando um ano de altíssimo nível para o belga.
Victor Campenaerts ainda conseguiu destacar-se nos quilómetros finais e terminou na segunda posição.
Julian Alaphilippe celebrou efusivamente pensando que tinha vencido a etapa quando bateu Wout van Aert ao sprint, mas na realidade o francês fechou o lugar mais baixo do pódio no dia.