Tom Boonen critica as tácticas frequentemente confusas no ciclismo feminino: "80% das vezes não percebo o que está a acontecer"

Ciclismo
terça-feira, 05 novembro 2024 a 11:36
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O ciclismo de estrada é um desporto onde as tácticas podem tornar-se muito complexas e, por vezes, não é possível executá-las. É um desporto muito diversificado, onde tudo pode acontecer, o que conduz frequentemente a situações caóticas. Tom Boonen e Patrick Lefevere consideram que, no ciclismo feminino, as tácticas das equipas são mais invididuais e que, por vezes, não são compreensíveis.
"Com licença: esses interesses de equipa têm menos importância para as mulheres do que para os homens. No final, toda a gente corre atrás de toda a gente", argumentou Patrick Lefevere ao Het Laatste Nieuws. Isto é algo que acontece mais frequentemente em corridas como os Campeonatos do Mundo ou os Jogos Olímpicos, onde não há rádios e os ciclistas têm pouca noção do que se está a passar. Embora alguns argumentem que a ausência de rádios torna as corridas mais emocionantes, a opinião esmagadora é que isso leva a corridas em que muitas vezes se vêem decisões que não parecem fazer qualquer sentido quando comparadas com uma corrida normal.
As tácticas da equipa holandesa nos últimos Campeonatos do Mundo femininos podem ser interpretadas desta forma, com Demi Vollering a atacar repetidamente o grupo da frente, deixando cair a sua colega de equipa Marianne Vos, que tinha a oportunidade de conquistar o título mundial. Nenhuma delas acabou por terminar nas medalhas, apesar de ter parecido durante muito tempo que as holandesas tinham a vantagem e a corrida sob controlo.
Mas mesmo com rádios, por vezes acontecem situações difíceis de entender. Na Volta a França Feminina, Demi Vollering não ganhou o título por 4 segundos e, numa das etapas montanhosas, perdeu muito tempo depois de cair nos últimos quilómetros. A sua colega de equipa Blanka Kata Vas venceu essa etapa e Lorena Wiebes também terminou nas primeiras posições, sem que nenhuma delas ajudasse Vollering, o que em estradas planas teria feito uma grande diferença.
"Estas corridas femininas são por vezes bizarras de ver. Eu vejo-as, porque muitas vezes são corridas muito duras. Mas em termos de tácticas de corrida, 80% das vezes não percebo o que está a acontecer", admite Tom Boonen. Embora Vollering tenha defendido as críticas que, na altura, recaíram sobre Wiebes, não é claro quem tomou a decisão de manter as ciclistas no pelotão enquanto a camisola amarela tentava reentrar no pelotão sozinha em estradas planas.
"É tudo muito diferente das corridas masculinas. A diferença de nível entre a categoria superior e a categoria inferior ainda é demasiado grande, na minha opinião."

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