Apesar de ter sido palco da sua vitória mais famosa, a relação de Tom Pidcock com a Volta a França tornou-se mais difícil nos últimos anos. Com a ausência do britânico na edição de 2025, Pidcock falou-nos das suas dificuldades na Volta a França.
"O meu primeiro ano no Tour foi fantástico, claro que foi a minha primeira experiência. Ganhei uma etapa, o G [Geraint Thomas] estava no pódio. Foi ótimo", recordou a antiga estrela da INEOS Grenadiers à conversa com o Rouleur. "E depois, nos últimos dois anos, para ser honesto, não gostei muito. Foi difícil. Não ganhei uma etapa, como equipa não tivemos tanto sucesso como costumavamos ter, por isso foi difícil e preciso de voltar a sentir a sensação que tive no primeiro ano, para ser honesto."
Apesar de o sucesso na Volta a França poder definir uma carreira, as pressões intensas do evento podem também levar a desilusões que abalam a confiança. "Penso que as expetativas também aumentaram nos últimos dois anos e, sim, não as cumpri por uma série de razões", admite Pidcock.
Apesar de ser a corrida de ciclismo mais vista do mundo, a Volta a França está longe de ser o único sítio onde se pode mostrar como ciclista. Pidcock não é a única estrela a ficar um pouco desiludida com o evento mais importante do desporto nos últimos anos, com Mathieu van der Poel, da Alpecin-Deceuninck, a admitir que a Volta a França não é uma corrida que lhe agrade particularmente. E, na verdade, isto é algo que o próprio Pidcock já sentiu em primeira mão.
"Lembro-me de um dia em que estava a pedalar na parte de trás do Tour e o Van der Poel estava mesmo à frente. Não falei com ele, não lhe disse nada, mas consegui ver pela sua linguagem corporal que ele estava a sentir o mesmo que eu, que "isto é uma seca, é uma m*rda"", recorda Pidcock. "Ele não estava a desfrutar, apesar de estarmos na maior corrida do mundo e de haver milhares de pessoas a aplaudir."
"É um pouco como uma panela de pressão. Todos os dias, há olhos postos em nós, há perguntas e as coisas não correm como queremos. Por exemplo, antes de uma corrida perguntam-nos como é que esperamos ir e temos de dar uma resposta positiva. Não podemos simplesmente dizer 'acho que vai ser uma m*rda' e depois, quando realmente é, temos de responder às perguntas sobre o porquê de ser uma m*rda", explica Pidcock. "E para ele [Van der Poel], provavelmente é ainda pior do que para mim. Ele é campeão do mundo, veste a camisola arco-íris e, basicamente, é um lançador."
'To be honest, I didn't really enjoy it' - Tom Pidcock on his experience at the Tour de France and pressing pause on Grand Tour ambitions
— Rouleur (@rouleur) February 25, 2025
Read more: https://t.co/iLplUwe8XL pic.twitter.com/LXVXllzCd0