Tom Pidcock está prestes a fazer a sua estreia na Volta à Itália e fá-lo com uma mentalidade clara: correr com ambição, mas sem estar preso à classificação geral. Agora ao serviço da
Q36.5 Pro Cycling Team, o britânico encontrou o espaço e a responsabilidade que procurava e chega ao Giro motivado por um regresso à sua melhor forma.
"A principal razão para estar aqui é comprometer-me com o processo, dar o meu melhor todos os dias e desfrutar da corrida. Se o fizer, as oportunidades vão surgir naturalmente", afirmou Pidcock em conferência de imprensa, ao lado dos principais nomes da prova. "Sinto-me em boa forma depois das Ardenas e quero levar isso para esta corrida."
Sem ambições declaradas para a geral, o objetivo passa por lutar por vitórias em etapas e o seu talento permite-lhe sonhar em praticamente todos os tipos de terrenos. "Quero fazer uma corrida dura todos os dias, correr de acordo com os meus pontos fortes e sem medo. A terceira semana vai ser exigente, claro, mas penso que a corrida será disputada desde o início."
A única dúvida, admite, passa pelas subidas mais longas: "Talvez esse seja o meu maior ponto de interrogação. Mas de resto, acho que posso ser competitivo em quase todas as etapas."
Com uma primavera sólida, incluindo pódios na Strade Bianche e na Flèche Wallonne, Pidcock acredita estar no seu melhor momento de forma de sempre. "O meu desempenho na Strade deu-me confiança. Mostrei que estou mais próximo dos melhores. O Tadej está noutro nível. O único que o bate é o Mathieu no seu terreno. Mas sim, acho que estou cada vez mais perto."
A referência não é inocente. Com uma etapa em estradas de gravilha ao estilo da Strade Bianche no final da primeira semana, Pidcock poderá ter uma oportunidade ideal para tentar o triunfo e, quem sabe, até vestir a Maglia Rosa, se o cenário for favorável.
Sobre a mudança de equipa, o britânico reconhece o impacto positivo: "Gosto de ser responsável pelo meu próprio destino. Assumir essa responsabilidade ajuda-me a tirar o melhor de mim próprio." A transição da INEOS Grenadiers para a Q36.5 trouxe-lhe liberdade táctica, mais entusiasmo e foco pessoal.
"Comecei a gostar novamente de ciclismo. Voltei a ver corridas. Ainda que agora sejam demasiado caras para ver na televisão", riu-se.
Pidcock também notou uma mudança no apoio dos adeptos: "Já não uso redes sociais, mas percebi que há muito mais pessoas a apoiar-me este ano. Acho que se identificaram com o meu percurso e isso é reconfortante."