A Etapa 9 do Giro d’Italia 2025 foi anunciada como o palco ideal para
Tom Pidcock. Com a corrida a atravessar os icónicos sterrati da Toscânia e a terminar nas ruelas inclinadas de Siena, tudo indicava que o britânico da
Q36.5 Pro Cycling Team poderia reviver os seus melhores dias nas clássicas e disputar a vitória. No entanto, como tantas vezes acontece no ciclismo, o roteiro perfeito foi riscado por imprevistos brutais.
Pidcock foi vítima da desordem que se instalou no pelotão a meio da jornada. Envolvido na mesma queda que afetou Primoz Roglic, o britânico sofreu duas furos que lhe retiraram qualquer hipótese de lutar pela etapa — e de defender a sua posição na geral. No final do dia, foi Wout van Aert quem levantou os braços em Siena, mas o pensamento de muitos ficou com a pergunta inevitável: "E se Pidcock tivesse ficado na frente?"
No Instagram, o britânico manteve o tom sereno e bem-humorado, ainda que claramente desapontado:
"Caí, furei duas vezes. Continuo a gostar destas etapas dos Grand Tours, mesmo quando não correm como eu quero. Tiro o chapéu à forma como a minha equipa correu hoje, lamento que não tenha corrido como queríamos."
A Q36.5 Pro Cycling tinha delineado um plano claro e ambicioso. Controlou as primeiras movimentações, posicionou Pidcock nos momentos críticos e evitou os cortes iniciais nos primeiros sectores de gravilha. A forma física do antigo vencedor da Strade Bianche era evidente, mas o azar, como tantas vezes no ciclismo de estrada, falou mais alto.
No rescaldo da etapa, o sentimento geral no seio da equipa era de frustração, mas também de reconhecimento pelo esforço colectivo. E se a vitória escapou, a ambição permanece viva. Pidcock terá novas oportunidades para brilhar — e em breve.
A pergunta, porém, permanece no ar como uma sombra: poderia Pidcock ter vencido em Siena se não tivesse sido travado pelo azar? A resposta, como tantas vezes neste desporto, talvez nunca seja totalmente conhecida. Mas se há algo que esta etapa confirmou, foi que Pidcock está em forma e pronto para mais. E a montanha ainda está para vir.