De forma incrivelmente impressionante,
Tadej Pogacar acrescentou mais um sucesso monumental ao seu palmarés na tarde de domingo, com uma vitória dominante na
Liege-Bastogne-Liege. Tal como muitos outros, Philippa York ficou impressionada com o esloveno.
"Raramente, no ciclismo profissional, o plano que foi tão cuidadosamente elaborado de antemão e depois conversado com os ciclistas no briefing pré-corrida, é conseguido cumpri-lo à risca. Algures ao longo do percurso, há normalmente um contratempo qualquer ou uma manobra tática dos adversários que confunde as coisas", reflecte York na sua coluna no Cycling News. "Para a
UAE Team Emirates, no domingo, não houve um único momento fora do normal, nem lá perto..."
Como já era esperado antes da corrida, a subida de La Redoute revelou-se o ponto-chave da corrida. Foi aí que o esloveno decidiu arrancar e, embora os seus rivais estivessem certamente à espera que Pogacar atacasse, nenhum conseguiu seguir na roda da aceleração brutal imposta pelo líder da UAE Team Emirates. "Sempre foi um ponto crucial da corrida e é por isso que as multidões se aglomeram ali, porque sabem que é onde terão a melhor oportunidade de ver toda a gente sofrer", analisa York. "É uma subida terrível que poucos conseguem ultrapassar com todas as suas faculdades intactas."
"Pogacar não se levanta muitas vezes do selim, mas mesmo para os seus padrões, a aceleração no início de La Redoute foi brutal. Ben Healy tentou segui-lo e não conseguiu. Richard Carapaz, pressentindo o perigo, conseguiu segui-lo, mas depois perdeu o contacto quando a secção mais íngreme lhe tirou o impulso que trazia. E foi assim", continua York. "A corrida acabou num espaço de 800 metros."
"O nível em que ele estava a trabalhar era notável. A sua vantagem foi aumentando progressivamente de um minuto para dois minutos, e ele continuava a parecer ter o controlo total do esforço que estava a fazer. Diria mesmo que, provavelmente, ele só pedalou perto do seu máximo durante 20 dos 254 quilómetros, desde o fim de La Redoute, obviamente, até ao topo de La Roche aux Facons. A partir daí, foi até à meta, nunca esteve na zona vermelha, a menos que o quisesse", acrescenta York. "Isso ficou bem claro na reação, ou na falta dela, dos perseguidores, que se resignaram a saber que os lugares secundários no pódio eram a única coisa que poderiam lutar e almejar. Em defesa deles, essa foi uma decisão que tinha sido tomada pelos ciclistas... pois Pogacar tinha desaparecido e não havia nada a fazer."