A simples presença de
Wout van Aert numa corrida parece, por si só, suficiente para gerar controvérsia nos meios de comunicação belgas. E desta vez, o ciclista da
Team Visma | Lease a Bike voltou a ser alvo de críticas, não por algo que tenha feito em competição, mas apenas pela sua participação na Volta à Itália.
Johan Bruyneel, antigo diretor desportivo da US Postal e figura influente no comentário ciclístico, sugeriu recentemente que a presença de Van Aert no Giro de 2025 poderá estar relacionada com um suposto acordo entre a Visma e os organizadores da corrida, como forma de compensar a ausência do belga no ano passado. Recorde-se que Van Aert tinha como objetivo estrear-se na Corsa Rosa em 2024, mas uma violenta queda na Volta à Flandres arruinou toda a primavera e fê-lo redirecionar o calendário para a Volta a França e a Vuelta a Espanha.
Agora, totalmente recuperado, Van Aert cumpre o plano delineado originalmente para 2024. No entanto, Bruyneel questiona se a opção por correr em 2025 poderá ter sido influenciada por pressões externas.
Richard Plugge, diretor-geral da Visma | Lease a Bike, não deixou estas insinuações passarem em branco. “Tenho Johan em grande consideração, mas isso simplesmente não corresponde à verdade”, afirmou ao In de Leiderstrui. "A saúde dos nossos ciclistas é o único critério que utilizamos para autorizar a participação numa corrida. Se alguém estiver doente ou com febre, não alinha".
Van Aert, que adoeceu após a Amstel Gold Race, chegou ao Giro com condicionamento limitado, mas foi considerado clinicamente apto para competir. E na etapa inaugural, mesmo ainda a recuperar, conseguiu sobreviver à subida final até Surrel, onde vários nomes da classificação geral, como Derek Gee e Thymen Arensman, cederam tempo.
O belga acabou mesmo por sprintar para um segundo lugar atrás de Mads Pedersen, provando que, apesar das dúvidas levantadas, continua em condições de disputar vitórias ao mais alto nível. A polémica, no entanto, permanece à margem da estrada.