Depois de adoecer na sequência da Amstel Gold Race,
Wout van Aert chegou à
Volta a Itália sem a forma ideal, algo que ficou evidente nas etapas 2 e 3, onde o belga da
Team Visma | Lease a Bike ficou aquém das expectativas. Ainda assim, a sua presença continua a atrair os holofotes, mesmo em dias difíceis. Marc Reef, diretor desportivo da equipa, defende que o ciclista precisa de tempo para crescer dentro da corrida e que o foco deve ser colocado em objetivos realistas.
“Temos de ser realistas em relação ao Wout, sobretudo porque a sua preparação para o Giro não foi a ideal”, declarou Reef ao Cyclingnews. “Mas também sabemos que esta corrida tem três semanas e haverá muitas oportunidades, desde que lhe seja dado tempo para recuperar e que não seja obrigado a andar no limite todos os dias.”
Este cenário não é inédito. Na Volta a França do ano passado, Van Aert também começou com dificuldades, mas terminou em crescendo. “Na primeira etapa, ele arriscou porque acreditou que era possível. Pagou esse esforço no dia seguinte. Esperamos que, agora com o dia de descanso, possa iniciar uma curva ascendente e voltar ao seu melhor.”
A estrutura da Visma sabe que, na segunda semana da prova, o perfil das etapas não deverá ser favorável ao belga, pelo menos na sua forma atual. A nona etapa, com sectores de gravilha, poderá oferecer uma oportunidade, mas muito dependerá da gestão das prioridades da equipa, nomeadamente em função das ambições de Simon Yates para a classificação geral.
A etapa 5 surge como uma possibilidade mais concreta, mas mesmo aí, Van Aert deverá estar mais focado no trabalho coletivo do que em ambições pessoais. Nos sprints de grupo, o papel principal passará a ser o de lançador de Olav Kooij, com quem já demonstrou excelente entrosamento em corridas anteriores.
“O passado já mostrou que a combinação entre Olav e Wout funciona muito bem. Basta olhar para a Volta à Grã-Bretanha ou para a Clásica de Almería do ano passado”, sublinha Marc Reef. “O mais importante é colocarmos o Olav na posição certa, com o Wout a lançar. Se o conseguirmos fazer com sucesso, fará toda a diferença.”
Para já, o foco será preservar Van Aert durante os dias mais exigentes e criar as condições para que possa voltar à discussão das etapas mais adiante. A forma pode não estar no topo, mas a ambição mantém-se viva.