A edição de 2025 da Volta à Itália contará com várias estreias no pelotão, mas poucas tão aguardadas como a de
Wout van Aert. O belga da
Team Visma | Lease a Bike é uma das figuras mais mediáticas do ciclismo atual e, apesar de nunca ter competido na Corsa Rosa, chega com grandes expectativas e com muitos a anteciparem uma longa estadia com a camisola rosa nos ombros.
O tema esteve em destaque no mais recente episódio do podcast
Kop Over Kop, da Eurosport, onde os comentadores Jeroen Vanbelleghem, Bobbie Traksel e Jan Hermsen analisaram o potencial impacto do belga no Giro. “O Jan e o Jeroen previram que o Wout van Aert vai vencer este Giro, ou pelo menos usar a camisola rosa,” comentou o apresentador Sander Valentijn. “Disseram que ele poderia manter a liderança durante quinze etapas. Agora que já vimos a sua primavera, o que pensamos?”
Vanbelleghem mantém a convicção: “É uma previsão assim tão irrealista? Talvez. Mas continuo a acreditar que o Van Aert vai vestir de rosa até à 15.ª etapa. Só perde a liderança na chegada a San Valentino.”
Apesar de não ter vencido nenhuma corrida na primavera, acumulando três quartos lugares e dois segundos, o belga continua a merecer a confiança dos especialistas. Para Vanbelleghem, isso não deve ser motivo de dúvida. “Van Aert tem historicamente melhor desempenho nas Grandes Voltas do que nas clássicas. Recupera bem e é um verdadeiro motor em provas por etapas. Espero um Van Aert brilhante nas três semanas, capaz de nos emocionar nas etapas decisivas.”
Traksel, embora algo mais cauteloso, também vê espaço para Van Aert brilhar: “Não acredito que ele vá vencer, mas tem hipóteses reais de conquistar a camisola rosa. No entanto, o maior obstáculo pode ser interno, com Olav Kooij. Apoiar o sprinter holandês implicaria um esforço colectivo da equipa que pode retirar a Van Aert a frescura necessária para manter a liderança na geral.”
A questão logística é crítica: apoiar Kooij nos sprints pode sobrecarregar a equipa e comprometer as ambições gerais de Van Aert. Ainda assim, há quem veja nisso uma oportunidade, como destaca Vanbelleghem, ao referir o modelo de liderança partilhada: “Acredito que Van Aert terá um papel semelhante ao de Van der Poel para Philipsen no Tour. Irá lançar Kooij nos metros finais, mas sem comprometer o seu rendimento. Sabemos que ele é um ciclista de equipa, mas isso não o prejudica. De qualquer forma, ele não ganharia segundos de bónus nas etapas planas.”
Hermsen, por seu lado, lança um alerta relacionado com o calendário: “O Van Aert costuma ser forte em junho, não em maio. Nunca o vimos brilhar tão cedo na época. Isso ainda levanta algumas dúvidas.”
Apesar dos pontos de interrogação, a confiança em Wout van Aert mantém-se firme entre os analistas. A sua estreia na Volta à Itália promete ser um dos grandes focos mediáticos desta edição e a ambição de vestir de rosa está bem viva.