O Strava, aplicativo de monitorização e registo de atividades físicas, processou a Garmin, fabricante de dispositivos desportivos que obteve 1,81 biliões de dólares de lucro no segundo trimestre de 2025. A plataforma de fitness acusa a empresa de violação de patentes e quebra de contrato firmado em 2015, que permitia a integração do Strava Live Segments nos dispositivos Garmin.
O processo foi registrado em 30 de setembro de 2025, no Tribunal Distrital do Colorado, nos Estados Unidos, e tenta impedir a comercialização de modelos da Garmin que, segundo o Strava, teriam utilizado tecnologias sem autorização. As funcionalidades em disputa envolvem a comparação de tempos de desempenho em percursos, a exibição de mapas de calor e a indicação de zonas de maior atividade física, recursos que actualmente, competem directamente entre as duas empresas.
Além disso, o Strava alega que a Garmin se aproveitou da parceria para estudar a tecnologia Segments e reproduziu-a nos seus próprios aparelhos.
O impacto nos dispositivos e plataformas
Caso o Tribunal decida a favor do Strava, plataformas como o Garmin Connect e dispositivos como os relógios Epix, Fenix e Forerunner podem sofrer fortes impactos e até mesmo serem retirados das lojas físicas e online.
"A Garmin recebeu uma permissão limitada do Strava para implementar os Segmentos Strava nos seus dispositivos. No entanto, aproveitou-se desse acesso para estudar cuidadosamente esses recursos, copiá-los meticulosamente e em seguida, lançá-los como recursos da Garmin", afirmou Brian Bell, porta-voz do Strava, ao The Verge.
Bell ressaltou que o Strava, que conta com mais de 150 milhões de usuários globais, não tem a intenção de prejudicar os consumidores da Garmin na sincronização de dados entre as plataformas, esperando que a empresa possa agir da mesma maneira.
Repercussão nas redes sociais
O processo entre as duas gigantes do fitness gerou um grande burburinho nas redes sociais, onde vários atletas expressam preocupação sobre o impasse que se está a gerar e como o mesmo poderá afetar a experiência de quem usa as duas plataformas integradas.
“Viste as notícias? A mãe e o pai estão zangados. E com mãe e pai, quero dizer Strava e Garmin. [...] Estou aqui com meu relógio de 1.000 euros e a minha app de 50 euros e estou a pensar que deveríamos fazer uma reunião de família para todos se darem bem de novo”, escreveu Andy Glaze, in influencer cujo vídeo já ultrapassou 1 milhão de visualizações.
A disputa legal ocorre nas vésperas de grandes corridas internacionais, como a Maratona de Nova York, em novembro, e as Corridas de São Silvestre, em dezembro. Com a possível ruptura entre as duas empresas, os atletas podem começar a procurar outras alternativas para garantir o registo preciso de treinos e provas.