Mais de um ano depois da trágica morte de Marlon Pérez, o mundo do ciclismo teve conhecimento hoje o desfecho judicial do caso. O antigo profissional colombiano, que representou a Caisse d’Epargne (atual
Movistar Team) entre 2008 e 2009, foi assassinado aos 48 anos numa altercação num bar em El Carmen de Viboral, a 3 de outubro de 2024.
O agressor foi agora condenado a 33 anos e quatro meses de prisão, segundo decisão de um tribunal do departamento de Antioquia.
A justiça colombiana encerra assim uma das páginas mais dolorosas da história recente do desporto nacional. De acordo com informações avançadas pela Blu Radio, a investigação decorreu com rapidez, tendo sido localizada a arma utilizada e recolhidos elementos probatórios no local, que sustentaram a acusação e permitiram agora a condenação formal do autor do crime.
Um ciclista de referência desde os anos 90
Marlon Pérez foi uma figura destacada do ciclismo colombiano ao longo dos anos 90 e início dos anos 2000. A sua ascensão internacional começou ainda muito jovem, em 1994, ao conquistar a medalha de ouro na corrida por pontos nos Campeonatos do Mundo Júnior de Pista, realizados em Quito.
A partir desse marco, construiu uma carreira sólida e respeitada. Teve uma breve passagem pela desaparecida equipa Linda McCartney, em 2001, e deu o salto definitivo para o profissionalismo com a Colombia-Selle Italia em 2005. Seguiram-se períodos ao serviço da Tenax e da Caisse d’Epargne, antes de se despedir do ciclismo competitivo em 2012, representando a Colombia-Claro.
Entre os seus principais resultados destacam-se três títulos nacionais de contrarrelógio, seis vitórias em etapas na Volta à Colômbia e três participações olímpicas: Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004.
Marlon Perez, morto em outubro de 2024 após um altercação num bar.
Muito mais do que palmarés
Além do seu desempenho desportivo, Pérez é lembrado pela influência duradoura no desenvolvimento de jovens ciclistas colombianos. A sua orientação na formação de Rigoberto Urán, por exemplo, é frequentemente citada como determinante para o futuro vice-campeão olímpico e múltiplas vezes pódio de Grandes Voltas.
A sentença agora conhecida encerra o processo judicial, mas o seu impacto permanece vivo no pelotão e entre os adeptos. A morte de Marlon Pérez continua a ser sentida como uma perda profunda, não apenas pelas conquistas, mas pelo legado humano que deixou no ciclismo colombiano.