Com os dois últimos vencedores da Milan-Sanremo na equipa, a Alpecin-Deceuninck sabia que teria de assumir as rédeas da corrida. Desde o início, coube a Silvan Dillier e aos seus companheiros ditar o ritmo do pelotão e manter a fuga sob controle.
"Esperava-se que tomássemos a iniciativa, mas contávamos com alguma ajuda de outras equipas, que acabou por não chegar", revelou Dillier à Bici.Pro. "Ainda assim, seguimos com o nosso plano porque confiamos nos nossos líderes e queríamos demonstrar isso."
A equipa belga partiu com múltiplas cartas para jogar. Embora Mathieu van der Poel fosse a principal aposta, Jasper Philipsen e Kaden Groves também estavam prontos para disputar o sprint caso a corrida se desenrolasse de forma diferente. "O Mathieu tinha mais opções no final, mas o Jasper é muito rápido em sprints com grupos maiores. Além disso, o Kaden mostrou uma excelente forma, terminando em quinto. Tínhamos vários candidatos para poder influenciar a corrida."
A tarefa de Dillier era clara: garantir que os fugitivos não abrissem uma vantagem que fosse irreversível. "Comecei a puxar quando a fuga tinha cerca de cinco minutos de vantagem – e estava completamente sozinho. Enfrentar oito ciclistas assim não é fácil. Se tivéssemos tido a ajuda de uma ou duas equipas, poderíamos ter permitido um pouco mais de espaço. Mas sozinhos, não podíamos deixá-los ir muito longe."
Após a terceira vitória consecutiva da equipa na Via Roma, seria natural esperar uma grande celebração. No entanto, a realidade do ciclismo profissional impôs-se. "Festa? Depende do que se entende por isso... Apenas tivemos um jantar de equipa. Alguns ciclistas e membros da equipa já partiram para a próxima corrida. Com os que ficaram, desfrutámos de uma boa refeição – mas nem sequer foi em Sanremo, foi perto do aeroporto de Nice. E eu também partirei em breve."
Com um início de temporada promissor e uma equipa em excelente forma, a Alpecin-Deceuninck segue embalada para os próximos desafios.