Victor Campenaerts, tradicionalmente reconhecido como especialista em contrarrelógio, reinventou-se em julho de 2025 ao assumir um papel inesperado: o de domestique de montanha da
Team Visma | Lease a Bike na sua estreia na
Volta a França. Aos 33 anos, o belga impressionou com a sua capacidade de acompanhar os melhores trepadores do pelotão, desempenhando um papel decisivo no apoio a
Jonas Vingegaard, ainda que a equipa não tenha conseguido destronar Tadej Pogacar, vencedor da sua quarta camisola amarela.
Com exibições sólidas nas etapas mais exigentes, incluindo uma performance notável no icónico Mont Ventoux, Campenaerts juntou-se a Sepp Kuss, Matteo Jorgenson e Simon Yates na linha da frente do bloco montanhoso da Visma. Para um ciclista conhecido pelos esforços em terreno plano, a adaptação aos picos mais duros foi surpreendente e elogiada.
“Houve alguma crítica no início, é verdade. Mas penso que, hoje, os jornalistas que tinham dúvidas reconhecem que talvez não fossem justificadas. A equipa sabia o que estava a fazer”, afirmou ao Cyclism'Actu.
A preparação para este novo papel foi meticulosa: cerca de 90% do treino de Campenaerts focou-se em subidas prolongadas, transformando-o num apoio fundamental para as ambições da equipa na geral. “Numa subida de categoria extra, estava entre os quinze melhores trepadores do mundo. Foi uma sensação incrível. No Dauphiné já me tinha sentido bem nas montanhas, mas aqui superei as expectativas.”
Apesar do sucesso, Campenaerts não pretende mudar o seu perfil de forma permanente: “Não quero tornar-me um simples trepador. A minha ambição é ser o melhor companheiro possível numa Grande Volta. Para isso, tenho de conseguir aguentar nas montanhas. Espero voltar à Volta a França e ajudar o Jonas a lutar pela vitória.”
A transformação de Campenaerts mostra a versatilidade e dedicação de um ciclista disposto a reinventar-se para ajudar a equipa, ganhando um respeito renovado no pelotão internacional.