A 15ª etapa da
Volta a França ficou marcada por um momento de tensão entre as duas principais equipas da corrida.
Jonas Vingegaard esteve envolvido numa queda logo no início e ficou momentaneamente atrasado, integrado num grupo onde estavam também vários candidatos à geral. Apesar de não se tratar de uma situação crítica, a presença de
Tadej Pogacar na frente,
aliada aos seus comentários recentes sobre a Team Visma | Lease a Bike, motivou respostas duras de Jonas Vingegaard e
Wout van Aert. No centro da polémica,
Grischa Niermann assumiu responsabilidades pela decisão tática que manteve três homens da Visma na frente nesse momento da corrida, a saber
Matteo Jorgenson, Wout Van Aert e
Victor Campenaerts.
"É claro que viemos aqui com um grande objetivo, que é a classificação geral com Jonas Vingegaard. Mas também viemos sempre para a Volta a França com objetivos diferentes, como tentar vencer etapas. Foi o que fizemos ontem", explicou o diretor desportivo esta manhã,
em conferência de imprensa. Com a etapa claramente desenhada para ser decidida a partir de uma fuga, o ritmo elevado na frente impediu a equipa de abdicar de elementos que podiam lutar pela vitória.
"Provavelmente está a referir-se ao que aconteceu no início da etapa. Isso foi da minha responsabilidade. Analisei a situação e tinha a certeza de que o grande grupo onde estava o Jonas regressaria facilmente, sem problemas. Foi assim que percebi a corrida naquele momento, a partir do carro. Decidi que os tipos da frente tinham de ficar na frente. Obviamente, a minha análise teria mudado se o grupo de trás perdesse tempo e, nesse caso, teríamos recuado todos os homens".
No final, a situação não teve impacto na classificação geral nem na etapa. Mas foi Pogacar quem lançou mais lenha para a fogueira ao deixar no ar que Vingegaard não teria uma refeição fácil ao jantar e sugerindo, de forma velada, algum mal-estar interno na equipa rival. Um comentário que não caiu bem, embora a expectativa seja de que o episódio não passe de um momento de tensão num duelo que tem sido intenso ao longo de toda a prova.
No entanto, a Visma sabe que terá de encontrar uma forma de virar a corrida, e com uma desvantagem de quatro minutos, a margem para erros é nula. "Teremos de tomar uma decisão, claro. Há uma diferença de quatro minutos a recuperar, pelo que um ataque a 500 metros da meta, nas altas montanhas, não será suficiente. Deve haver um ponto fraco em Tadej algures. Por agora, ainda não o encontrámos, mas vamos continuar a tentar. Ainda faltam algumas grandes etapas e vamos tentar chegar lá. O Tour só termina em Paris".