A última grande fusão do ciclismo com os Schlecks, Bruyneel e Cancellara como protagonistas

Ciclismo
quarta-feira, 27 setembro 2023 a 12:13
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A possibilidade de uma fusão entre a Jumbo-Visma e a Soudal-Quick Step agitou o Mundo do ciclismo, fazendo-nos recordar um episódio semelhante ocorrido há mais de uma década.

Em 2011, a equipa Leopard Trek, liderada por Fabian Cancellara e pelos irmãos Schleck, uniu forças com a RadioShack de Johan Bruyneel. Assim nasceu uma união que perdura até hoje sob o nome de Lidl-Trek e explicada pelo Eurosport.

Embora Patrick Lefevere, Diretor Executivo da equipa belga Soudal- Quick-Step, tenha negado que o acordo esteja perto de ser fechado, os rumores persistem, deixando em aberto a possibilidade desta união transformar o panorama do ciclismo de elite nos próximos anos.

Em setembro de 2011, a Leopard Trek, uma equipa recém-criada que pretendia dominar a Volta a França e as clássicas com Fabian Cancellara e os irmãos Schleck, juntou-se à RadioShack Nissan de Johan Bruyneel. Este ambicioso projeto nasceu com grandes expectativas, apoiado pelo fabricante de bicicletas americano e pelo investidor Luxemburguês Flavio Becca.

Em termos desportivos, não conseguiam atingir os seus principais objetivos. Os irmãos Schleck perderam o Tour para Cadel Evans e Cancellara não conseguiu triunfar nas clássicas Flamengas. Apesar disso, fecharam a época com uma surpreendente vitória no Giro di Lombardia com o suíço Oliver Zaugg.

Por seu lado, a RadioShack Nissan, criada para acolher Lance Armstrong após o seu regresso ao ciclismo profissional, tinha procurado sinergias com a equipa Luxemburguesa após a sua deceção no Tour de 2009 com a Astana.

A fusão foi anunciada em setembro de 2011 e as duas equipas partilharam os patrocinadores para as épocas de 2012 e 2013. Johan Bruyneel tornou-se a figura de proa da gestão desportiva e os irmãos Schleck e Cancellara continuaram a ser centrais na estrutura.

No entanto, a fusão não foi isenta de desafios. Os regulamentos da União Internacional de Ciclismo limitavam o número de ciclistas sob contrato, pelo que se juntaram 44, quando o limite era de 28. Além disso, o julgamento de Johan Bruyneel pelo seu envolvimento no doping nos Tours de França ganhos por Lance Armstrong complicou ainda mais a situação, levando o diretor Belga a afastar-se da estrutura.

Apesar de ter um plantel forte, a RadioShack-Trek de 2012 não conseguiu grandes resultados. Chris Horner, em 2013, surpreendeu ao vencer a Vuelta aos 41 anos, com José Azevedo a Diretor Desportivo. Cancellara, por sua vez, conseguiu a dobradinha Flandres-Roubaix e a equipa totalizou 23 vitórias no calendário.

Comparando esta fusão com a possível fusão da Jumbo-Quick Step, é evidente que a equipa resultante, com nomes como Vingegaard e Evenepoel, seria muito mais competitiva e dominante. Isto poderia mudar significativamente a paisagem do ciclismo de elite.

Nos últimos anos, também se registaram fusões, como a da Liquigas Cannondale com a francesa Saur Sojasun. No entanto, estas fusões basearam-se mais em questões de patrocínio do que em interesses desportivos, uma vez que a contribuição da equipa Gaulesa em termos de ciclistas não melhorou significativamente o potencial da equipa em que Vincenzo Nibali e Peter Sagan eram as principais figuras.

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