Tadej Pogacar aproveitou a sua presença no Critérium du Dauphiné para lançar um sinal inequívoco ao pelotão: está em forma e mais do que pronto para a
Volta a França. Apesar de ter tentado desvalorizar a sua participação durante a semana, o líder da
UAE Team Emirates - XRG venceu de forma categórica, conquistando a classificação geral e deixando Jonas Vingegaard sem resposta nas montanhas.
O jornalista britânico Daniel Friebe, um dos nomes mais respeitados no panorama internacional do jornalismo de ciclismo e presença habitual nas transmissões da ITV Sport, acompanhou a corrida no terreno e não teve dúvidas: "De certa forma é uma pena termos tido os dois, Pogacar e Vingegaard, a alinhar no Dauphiné", comentou ao canal dinamarquês TV2.
"Ficou bem claro o quão dominante é Pogacar neste momento. Eu não teria dito isso depois do contrarrelógio, mas desde então tornou-se óbvio que ele deu mais um passo em frente. Não estou a ver a dinâmica a mudar no Tour. Pogacar está incrivelmente confiante".
Pogacar venceu o Critérium du Dauphiné pela primeira vez na carreira
A análise de Friebe vai além da simples comparação entre os dois principais candidatos ao triunfo em Paris. Para o jornalista, a UAE soube jogar bem as suas cartas, ao contrário da Team Visma | Lease a Bike, que não terá extraído o máximo dos seus recursos. “Não funcionou”, resumiu. “Eles podiam ter usado o Ben Tulett e o Matteo Jorgenson para pressionarem os domestiques do Pogacar, mas tiveram medo e contiveram-se para se manterem no topo da classificação geral”.
Essa contenção estratégica pode ter permitido a Pogacar gerir o esforço com tranquilidade, sem nunca verdadeiramente ser incomodado. E com o esloveno a exibir bons níveis de confiança, a perspectiva de um quarto triunfo na Volta a França ganha cada vez mais força. "Os acidentes podem obviamente acabar com a corrida de alguém, mas também mudam a forma como um ciclista se sente. Vimos isso aqui com o Remco Evenepoel. Ele sofreu", lembrou Friebe.
"Pogacar mencionou no início da semana passada que é tão respeitado no pelotão que toda a gente lhe dá muito espaço. Isso faz com que seja menos provável que ele caia. Por isso embora continue a ser um risco, é provavelmente menor para ele do que para os outros".