Se ainda restavam dúvidas à entrada para o
Critérium du Dauphiné de 2025, o desempenho na alta montanha ajudou a dissipar grande parte delas.
Tadej Pogacar apresentou-se com autoridade nos Alpes, reforçando a ideia de que será o homem a bater na
Volta a França do próximo mês.
Jonas Vingegaard está de volta à competição e mostrou-se num plano inferior ao do seu rival de longa data.
Essas diferenças começaram a levantar sinais de alarme no seio dos fãs dinamarqueses e
Brian Holm, antigo profissional e ex-diretor desportivo da Soudal - Quick-Step, não esconde a sua preocupação com o estado de forma de Vingegaard. Em declarações ao Ekstra Bladet, Holm foi directo: “É 1-0 para Pogacar. Foi um verdadeiro murro no estômago para o Vingegaard. Estou menos optimista do que estava antes do Dauphiné. Antes via-o como um 50/50. Agora, o Pogacar é claramente o favorito.”
Holm aponta a etapa de sexta-feira como o momento mais revelador da diferença actual entre ambos. Nessa jornada de montanha, Vingegaard perdeu mais de um minuto para Pogacar na subida final. “Meio minuto teria sido aceitável”, notou Holm, para quem o verdadeiro sinal de alarme esteve na aparente facilidade com que Pogacar geriu o esforço. “Na etapa de montanha do dia seguinte, o Pogacar não parecia estar a andar a todo o gás, enquanto o Vingegaard disse que estava a fazer os melhores números de sempre.”
A etapa de 6ª feira foi decisiva para Holm
Ainda assim Holm lembra que no ciclismo e especialmente numa Grande Volta, tudo pode mudar em questão de dias. A história mostra que as corridas não se decidem antes da linha de chegada e o dinamarquês mantém um fio de esperança. “O Vingegaard caiu na Paris-Nice e desde então esteve afastado da competição. Mas ele atinge sempre o pico de forma na terceira semana de uma Grande Volta. Por isso, ainda há esperança, o Tour ainda não está decidido.”
O ex-diretor desportivo recorda também a montanha-russa emocional que acompanha os duelos entre os dois campeões. “Depois da primeira etapa do Dauphiné, quando Vingegaard atacou, todos os dinamarqueses pensaram que ele ia vencer o Tour com dez minutos de avanço. E depois do contrarrelógio, quando bateu Pogacar, as pessoas não conseguiram conter o entusiasmo. Mas o ciclismo muda muito rapidamente, sobretudo entre estes dois.”