Jonas Vingegaard não pretende abdicar da
Volta a França 2026. O bicampeão dinamarquês deixou claro, em declarações ao
L’Équipe, que a
Grand Boucle continuará a ser o seu principal objetivo para a próxima época, apesar dos contratempos físicos que têm marcado as suas últimas temporadas.
“Não há nenhuma ideia de faltar à Volta a França no próximo ano”, afirmou o ciclista da
Team Visma | Lease a Bike, que continua a ser o principal rival de Tadej Pogacar, vencedor das últimas duas edições.
Vingegaard, que soma dois títulos (2022 e 2023), reafirmou a sua motivação em regressar enquanto sentir que pode lutar pela vitória.
“Continuarei a voltar enquanto houver a possibilidade de ganhar. Talvez, se um dia já não puder lutar pela vitória à geral, então sim, pensarei noutras opções.”
Pogacar continua a ser o rival a bater
Nos últimos anos, Jonas Vingegaard tem sido o único ciclista capaz de fazer frente a Tadej Pogacar na luta pela Camisola Amarela. O esloveno conquistou a Volta a França de 2020, 2021, 2024 e 2025, enquanto o dinamarquês venceu em 2022 e 2023, um domínio absoluto entre os dois que já dura seis temporadas consecutivas.
Mesmo fora da Grand Boucle, os dois voltaram a medir forças recentemente na prova de Andorra Cycling Masters, onde Pogacar voltou a sair vencedor. Apesar de se tratar de um evento de exibição, o resultado manteve viva a rivalidade simbólica entre ambos.
“A Volta a França é demasiado importante para faltar”
Para Vingegaard, a Grand Boucle é mais do que uma corrida, é uma instituição. O dinamarquês reconhece que existe uma pressão natural para regressar todos os anos, tanto da parte da equipa como dos patrocinadores.
“Penso que para mim, e talvez também para o Tadej, a Volta a França é tão importante que as equipas que têm um candidato à vitória querem que ele esteja presente, mesmo que nós não queiramos ir”, explicou.
De facto, tanto a Team Visma | Lease a Bike como a UAE Team Emirates - XRG estruturam grande parte das suas épocas em torno de um único objetivo: ganhar a Volta a França.
O sonho da “Tripla de Grandes Voltas”
Depois de conquistar a Volta a Espanha 2025, Vingegaard está agora a um passo de um feito histórico: juntar-se ao grupo restrito dos ciclistas que venceram as três Grandes Voltas: Volta a França, Volta a Itália e Volta a Espanha.
O último a consegui-lo foi Chris Froome, em 2018. A hipótese de Vingegaard alinhar na Volta a Itália 2026 está em cima da mesa, mas ainda longe de ser confirmada.
“Ainda não definimos o plano com a equipa para o próximo ano. Como já disse, a Volta a França é tão importante que terá necessariamente de fazer parte desse plano. Veremos se o Giro também pode fazer parte dele.”
O desafio é tentador: conquistar o Giro completaria a trilogia das Grandes Voltas e colocaria o dinamarquês ao lado de lendas como Merckx, Hinault, Contador e Froome.
Enquanto isso, Pogacar persegue o objetivo oposto, falta-lhe apenas a Volta a Espanha para completar o mesmo feito. O cenário de ambos os campeões tentarem conquistar o título que lhes falta em 2026 acrescenta ainda mais intriga à próxima temporada.
Um duelo destinado a continuar
A relação competitiva entre Vingegaard e Pogacar tornou-se o eixo central do ciclismo moderno. Dois trepadores extraordinários, dois estilos distintos e um respeito mútuo que alimenta uma das rivalidades mais intensas da era contemporânea.
Com a confirmação de que o dinamarquês regressará à Volta a França 2026, os adeptos já podem começar a sonhar com mais um capítulo desta disputa épica que tem definido o ciclismo da última década.