"Não apareciam na televisão" - Adam Hansen acredita que há outra resposta para os protestos anti-Israel no ciclismo

Ciclismo
sexta-feira, 03 outubro 2025 a 14:00
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A Israel - Premier Tech vive uma crise existencial no ciclismo profissional. Enquanto tenta garantir a sua entrada no WorldTour, a equipa enfrenta contestação crescente, que levou já à exclusão de várias clássicas italianas e condicionou fortemente a Volta a Espanha. Para Adam Hansen, presidente da CPA, existe uma solução alternativa à simples retirada do patrocinador ou da nacionalidade da equipa: cortar a transmissão televisiva.
“Se tivéssemos cancelado a Vuelta numa sexta-feira e os últimos três dias não tivessem sido filmados, os manifestantes não teriam tido a sua plataforma”, afirmou o antigo ciclista em declarações à BBC. “O cancelamento teria mostrado que não vale a pena vir às corridas de bicicleta porque desligamos a televisão.”
Segundo Hansen, os protestos só atingem impacto mediático porque são transmitidos em direto para centenas de milhares, ou até milhões de espectadores. Sem essa exposição, defende, deixariam de ter a mesma força. “Não teriam plataforma, não apareciam na televisão e haveria menos hipóteses de ocorrerem incidentes perigosos, como aconteceu na Vuelta.”
Os protestos foram a principal imagem da Volta a Espanha 2025. @Sirotti
Os protestos foram a principal imagem da Volta a Espanha 2025. @Sirotti

A televisão como ponto central

Os protestos marcaram a edição de 2025 da Volta a Espanha, com imagens que chegaram a ocupar várias horas de transmissão em direto. Para Hansen, este é precisamente o cerne do problema: “Sim, é um grande negócio para a Unipublic (organizadora da Vuelta) tomar uma decisão destas. Mas temos de fazer um pequeno sacrifício hoje para proteger o futuro do ciclismo a longo prazo. Aos manifestantes deve ser retirada a plataforma; se não tiverem plataforma, não irão a uma corrida.”
Com o Giro dell’Emilia e outras clássicas italianas no horizonte, multiplicam-se as ameaças de novos bloqueios às corridas. Nessas provas, que não fazem parte do WorldTour, os organizadores puderam simplesmente excluir a Israel - Premier Tech. Mas na Il Lombardia, onde a equipa detém direito de wildcard, a situação poderá repetir-se.
A proposta de Hansen é clara: se houver conhecimento prévio de protestos, cortar a transmissão televisiva ou, no limite, evitar que os manifestantes tenham qualquer tempo de antena. “Vimos isso em Madrid, os manifestantes tiveram duas horas de televisão em direto, que se tornaram apenas um protesto e não uma corrida. Não sou contra os protestos, mas colocar os ciclistas em perigo é a última coisa que queremos.”
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