Adam Yates tem sido uma peça chave na
UAE Team Emirates - XRG nos últimos anos, assumindo com eficácia o papel de último homem de apoio a Tadej Pogacar nas etapas de alta montanha da Volta a França. Contudo, na
Volta a Itália de 2025, o britânico terá finalmente a oportunidade de sair da sombra do seu líder e procurar a sua própria glória numa Grande Volta.
"Juntei-me a esta equipa em 2023 para ajudar o Pogacar a vencer a Volta a França, mas também subi o meu próprio nível e tornei-me mais consistente. Quando evoluímos assim, faz sentido ter uma oportunidade nas maiores corridas", explicou Yates
em entrevista à Wieler Revue, visivelmente satisfeito com a fase atual da sua carreira. "Quero ver do que sou capaz."
Apesar de esta ser já a 15.ª Grande Volta da sua carreira, será apenas a segunda vez que Yates alinha na prova italiana. A sua única participação na Volta a Itália remonta a 2017, ano em que terminou em 9.º na geral e foi 2.º na classificação da camisola branca. "O que mais me lembro desse Giro é que não choveu. É engraçado, porque toda a gente fala sempre do frio e do mau tempo", comentou entre risos.
Yates também teve, de forma involuntária, um papel relevante no desfecho dessa edição. Na penúltima etapa, ao tentar defender a sua posição na geral, acabou por rebocar o Camisola Rosa, Tom Dumoulin, ajudando o neerlandês a minimizar perdas face a rivais como Nairo Quintana, Vincenzo Nibali e Thibaut Pinot. "Não ajudei o Dumoulin a ganhar", esclarece. "Ele estava no meu grupo, juntamente com o Bob Jungels e o Bauke Mollema. Mas ajuda sempre ter um tipo decente, em momentos como aquele. Fiquei feliz por ele, mereceu vencer o Giro."
O britânico recorda que vestiu a camisola branca durante alguns dias, apesar de ter enfrentado dificuldades antes da prova: "Estive doente duas semanas antes da corrida e perdi três quilos com uma intoxicação alimentar. Não foi exatamente a melhor preparação para uma Grande Volta."
Este ano, porém, Yates chega à corrida com bases mais sólidas. Confiante, traça objectivos claros: "Ganhar uma etapa no Giro significaria completar triunfos nas três Grandes Voltas, mas essa não é a minha principal motivação", afirma com convicção. "Claro que seria bom, mas o meu primeiro objectivo é a classificação geral. Se isso não resultar, posso sempre tentar ganhar uma etapa mais adiante na corrida."