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Lidl-Trek divulgou hoje o seu alinhamento para a
Volta a Itália, com um grafismo original, como é habitual na formação americana. Os estatutos são claros, dois líderes:
Mads Pedersen e
Giulio Ciccone e um bloco com qualidade para dar e vender.
A supremacia da UAE chega a ofuscar as boas temporadas de outras equipas e esta Lidl-Trek está a ser a melhor das outras, com 15 vitórias, 33 pódios e 80 top 10. Importa realçar que 8 das 15 vitórias foram no worldtour. Ciccone foi o último ciclista a ganhar pela equipa e chega ao Giro numa das melhores formas da carreira, vamos conhecer quem o vai acompanhar.
Alinhamento da Lidl-Trek para a Volta a Itália
Giulio Ciccone
Daan Hoole
Soren Kragh Andersen
Patrick Konrad
Jacopo Mosca
Mads Pedersen
Carlos Verona
Desta vez, Ciccone conseguiu chegar à Volta a Itália, já são grandes notícias, e chega em grande forma, foi 2º no UAE Tour, 13º no Tirreno e 4º na Volta aos Alpes, mas o grande destaque vai para o 2º lugar na Liege-Bastogne-Liege, apenas atrás de Tadej Pogacar. Será que será finalmente o ano do italiano no Giro? Eu diria que merece e tem qualidade para terminar no top 10, vejamos se se mantém longe dos azares.
Com uma equipa dividida em 2 campos, seria díficil exigir muito apoio a Ciccone na montanha, tem apenas Konrad e Verona. O austríaco começou bem a época, com top 10 nas gerais do Tour Down Under e UAE Tour, depois apagou-se um pouco, mas será expectável que seja o último homem a deixar Ciccone na montanha. O espanhol é um pouco na mesma linha, mas com resultados menos conseguidos, deverá ser outro apoio importante na montanha.
O outro bloco da equipa é liderado por Pedersen. Desde o inicio da temporada que se sabia que o dinamarquês ia fazer o Giro, deixando o Tour para Jonathan Milan e encarou esse desafio com grande naturalidade, preparando a grande volta em competição - com uma primavera absolutamente brilhante, com vitórias em etapas de corridas francesas e pódios em 2 monumentos, a saber Volta à Flandres e Paris-Roubaix - e sem estágios em altitude, uma abordagem que se tem revelado certeira noutras grandes voltas.
É um regresso ao Giro, onde esteve pela última vez em 2023, e creio que será um dos protagonistas da corrida, com vitórias e a camisola por pontos.
Vacek fez uma temporada brilhante em 2024, com muitos lugares de destaque, onde faltaram apenas as vitórias. Em 2025, o cenário tem sido distinto e isso talvez se deva a um treino mais direcionado para a montanha, como provou o 12º lugar na Volta ao Algarve. Neste Giro, deverá estar no apoio a Pedersen, mas sempre com liberdade para integrar fugas e poder lutar por uma vitória.
Hoole e Kragh Andersen são 2 "tratores", são eles que iniciam o trabalho do comboio do sprint, num pelotão com mais ciclistas do que é habitual e com muitas equipas com sprinters, o seu trabalho será decisivo para que Pedersen esteja bem colocado e não tenha que se desgastar, já que, a meu ver, é o melhor sprinter em prova. Mosca completa o alinhamento, um ciclista de trabalho, ideal para perseguir e controlar as fugas.
Original: Miguel Marques