Depois do Giro mais rápido de sempre, voltamos a ouvir acusações de que os ciclistas utilizam tecnologia ilegal, nomeadamente motores escondidos nas suas bicicletas. Até que ponto é que estes rumores são verdadeiros? E será sequer possível introduzir um motor no pelotão profissional na era dos controlos profundos efetuados pelos comissários de prova, equipados com tablets que conseguem ver todas as "falcatruas"?
O espião do Sporza no pelotão analisa o assunto mais de perto. Mas, como ele vai lembrando ao longo do seu post, a probabilidade de "doping mecânico" no pelotão profissional é praticamente... zero. "Por vezes, poder-se-ia pensar que o Tadej Pogacar vai a conduzir um ciclomotor, mas infelizmente não é esse o caso. No pelotão, nunca se fala de ciclomotores".
"Vi a história louca de uma corrida amadora francesa. Um homem de 53 anos que fugiu para a sua carrinha quando a organização quis controlá-lo por desconfiarem que ele tinha um motor na bicicleta. Depois disso, o diretor da corrida foi arrastado pela carrinha durante 100 metros na intenção de o parar".
"Ainda não assistimos a cenas tão ocidentais no pelotão profissional. Mas noto que, este ano, estamos a ser muito controlados por causa das bicicletas", afirma, referindo que, por vezes, as equipas são controladas todos os dias de uma corrida por etapas.
"Até à data, ninguém no pelotão profissional foi apanhado com um motor. Penso sinceramente que seria impossível andar com um motor escondido em 2024", opina.
"De vez em quando há um idiota, como o Jérôme Pineau, que diz que os ciclistas usam motores. Mas não sei como é que um ciclista pode imaginar uma coisa dessas e como é que se pode safar com isso, nestes tempos em que estamos sempre sujeitos e cheios de controlos."
"No período de 2008-2013, surgiram ocasionalmente histórias sobre motores no pelotão. Acredito que havia mesmo ciclistas que andavam com um motor na bicicleta. Mas depois dos rumores sobre um motor na bicicleta do Cancellara, a UCI tomou medidas para detectar o doping mecânico. Isso não significa que o Cancellara tenha efetivamente utilizado um motor" finaliza.