Afonso Eulálio é a grande novidade da convocatória da Seleção Nacional para o Campeonato do Mundo. O ciclista de 22 anos fará em Zurique a última corrida como ciclista da ABTF Betão - Feirense, sendo que está de saída para uma equipa do World Tour e tudo aponta que o destino será a Bahrain - Victorious. Este domingo, enfrenta um desafio diferente.
"Não levo um objetivo individual delineado. A corrida vai ser muito dura, muito longa, nunca fiz uma corrida tão longa. Sei que vou estar bem, mas não sei como vai ser com o passar dos quilómetros", afirma Eulálio em declarações à Portuguese Cycling Magazine. "Em relação à equipa, temos dois corredores com muita experiência, o Rui e o Nelson, temos o João, que está sempre num nível enorme. Depois temos os gémeos, que estão a atravessar um momento bom. Mas é como digo, a corrida é muito longa, tudo pode acontecer."
A corrida mais recente do jovem ciclista ´foi a 8 de setemebro, nas 12 Voltas à Gafa, corrida de um dia. Uma semana antes tinha estado no GP Jornal de Noticias, uma corrida de 8 dias que contou com médias de velocidade elevadas e na qual Afonso Eulálio ganhou uma etapa e foi 3º classificado na geral. A possibilidade de estar no Mundial chegou já muito em cima da semana de corridas em Zurique.
"Já surgiu muito em cima dos Mundiais, a preparação não foi perfeita, mas sei que vou estar bem. Não sei como vai ser com o passar dos quilómetros, porque é uma corrida muito longa e nunca fiz nada assim, mas a preparação também acaba sempre por ser feita e sei que vou estar a um bom nível", afirma o jovem ciclistAfo
Afonso Eulálio teve uma época sensacional. Ganhou no alto do Montejunto para o Troféu Joaquim Agostinho e em Guimarães para o GP. Jornal de Noticias, mas o grande destaque vai para as exibições na Volta às Astúrias, onde fecha top 5 numa corrida com equipas como a UAE Team Emirates e a Movistar Team, e na Volta a Portugal onde termina em 10º, mas onde esteve 6 dias com a camisola amarela.
"É um balanço positivo. Todos os anos tenho vindo a melhorar e este ano não foi exceção. Acabou por ser um ano perfeito", admite Eulálio. "Consegui ganhar numa das corridas que adoro, o Troféu Joaquim Agostinho, na etapa mítica da chegada ao Montejunto. Fiz segundo no dia do circuito e segundo à geral. Na Volta, acabei por andar de amarelo. Nas corridas internacionais, nas Asturias e em Ordizia, estive a um bom nível e fechei top-10 em ambas. Acaba sempre por ser um ano bom, estive sempre a um bom nível. Quando não fazia resultados para mim, estava sempre a um bom nível para ajudar a equipa. Foi um ano excelente."
Quanto às expetativas para a estreia no World Tour, Afonso Eulálio espera ter "dois anos bons" e a prioridade é continuar a evoluir, nomeadamente num domínio em particular: "Espero melhorar o meu contrarrelógio, que é algo que tenho muito fraco quando tenho de fazer alguma prestação a esse nível. De resto, é continuar a evoluir nas montanhas, que é onde me sinto bem e onde consigo fazer a diferença".