No dia 29 de setembro temos a última e mais importante prova do Campeonato do Mundo de Zurique. A corrida de estrada masculina será uma prova extremamente longa que favorece os trepadores e os especialistas em clássicas como Mathieu van der Poel, Tadej Pogacar, Remco Evenepoel e Primoz Roglic.
A nossa seleção nacional irá partir para a estrada com 6 ciclistas: O trio da UAE Team Emirates João Almeida, Ivo Oliveira e Rui Oliveira; o ex-campeão do mundo e atual campeão nacional Rui Costa da EF-Education EasyPost; o veterano da Movistar Team Nelson Oliveira e representando o pelotão nacional Afonso Eulálio da ABTF-Betão Feirense.
O selecionador nacional José Poeira decidiu usar todas as vagas disponíveis para o Campeonato do Mundo, ao contrário do que havia feito no recentemente disputado Campeonato da Europa. Em declarações recolhidas pelo jornal O Jogo, o selecionador nacional defende a sua controversa decisão alegando que muitas pessoas "falam por falar". Em relação ao facto de ter havido uma grande contestação pelo facto de não terem sido preenchidas vagas por ciclistas do pelotão nacional no Campeonato da Europa, o selecionador justificou-se por "não haver muitas competições para se prepararem após a Volta (a Portugal), por acaso este ano ouve o (Grande Prémio) JN, mas também já ficou um bocado lá atrás. E depois há a experiência de correr num pelotão destes. Há toda uma leitura de corrida, uma capacidade física, de resistência. Nós levamos os corredores que se adaptam àquele percurso." conclui. Desta vez a aposta de José Poeira é forte e o pelotão nacional também estará representado pelo ciclista revelação da Volta a Portugal 2024, Afonso Eulálio, que vestiu a Camisola Amarela durante 6 dias.
Relativamente ao Campeonato do Mundo, refere que "o mundial é a clássica das clássicas. É uma prova muito apetecida, porque é o título de campeão do mundo e todos o querem. Marca a carreira de um atleta para sempre", e Rui Costa que o diga, ele que é o único ciclista português na história a vestir a prestigiada camisola arco-íris. "Agora, são 270 quilómetros, com o passar dos quilómetros as coisas começam a endurecer, começam a aparecer as dificuldades, mas pela experiência que têm penso que podem fazer uma boa corrida."
O selecionador mostra-se bastante esperançoso por contar com a experiência de um ex-campeão mundial (Rui Costa) e de um dos grandes talentos emergentes do ciclismo atual (João Almeida). "O Rui vem de uma paragem por queda na Volta a Espanha, mas fez o Luxemburgo e foi melhorando durante a corrida. Penso que poderá estar bem. O percurso assenta-lhe bem e tem boa experiências nestas corridas de um dia, tem uma boa leitura de corrida". Já sobre João Almeida, considera que é um "corredor que pode estar bem" e que estará "na discussão da corrida, agora se faz medalha ou um lugar de destaque sem ser medalha..." reconhecendo que haverão ciclistas mais candidatos a vencer como os já mencionados Pogacar, Evenepoel e Van der Poel e que a corrida será muito atacada, sendo essencial a equipa estar presente nos momentos-chave da corrida mas que isso por si só não será tarefa fácil.
José Poeira conclui fazendo uma retrospectiva do seu trabalho "Portugal tem tido boas prestações no ciclismo quando participa com as seleções. Nem sempre calha bem, pode haver um azar pelo meio. Se as pessoas quiserem ver de há uns anos a esta parte, podem ver que os resultados têm sido ótimos. Somos um país periférico, um país pequeno. Em muitos anos, aconteceu que Portugal, nos elites, no contrarrelógio e prova de estrada, se calhar era dos poucos países - ou quase inédito - que ficava com dois dentro dos 10 primeiros”