No início desta semana confirmámos que
Jonas Vingegaard, bicampeão da Volta a França e atual protagonista da
Volta a Espanha, não vai marcar presença no
Campeonato do Mundo de Estrada de 2025, no Ruanda. A tão aguardada estreia do dinamarquês na luta pela Camisola Arco-Íris estava prevista como continuação do duelo épico com Tadej Pogacar na Volta a França, mas ambos os protagonistas optaram por abdicar da prova.
Pogacar retirou-se da Vuelta para preparar a defesa do título mundial, enquanto Vingegaard decidiu concentrar todos os esforços no objetivo de conquistar a camisola vermelha em Madrid. Assim, o aguardado reencontro dos dois melhores ciclistas do mundo fica adiado para 2026.
O antigo profissional
Brian Holm reagiu no seu podcast de forma contundente à ausência do compatriota. "Senti-me assim quando ouvi isto: 'cala-te, ainda bem que ele não vai correr. Porque agora o Skjelmose ganha'". Holm foi ainda mais longe, criticando a forma como Mattias Skjelmose tem sido gerido em provas anteriores: "Acho que abusaram um pouco de Skjelmose e do seu talento. O que estão a fazer em Glasgow... não foi muito bonito de se ver. Acho que ele podia ter-se tornado campeão do mundo".
Para Holm, a decisão de Vingegaard abre uma oportunidade clara. "É uma prova livre, mas acho que ele tinha força na altura. Por isso, espero que corram por Skjelmose. Ele está a preparar-se para a altitude. Os outros estão a fazer a Vuelta e o Pogacar está a fazer as corridas do Canadá. Penso que a melhor preparação para o Campeonato do Mundo deve ser um estágio em altitude como o de Skjelmose. Mesmo sem isso, ele pode competir com os melhores. E é por isso que penso que ele pode tornar-se campeão do mundo. Ele prepara-se melhor do que ninguém".
Do lado de Vingegaard, a explicação foi simples e sem espaço para polémicas. Questionado sobre a decisão, o líder da Team Visma | Lease a Bike respondeu de forma direta: "Não irei ao Campeonato Mundial. Não cabe no meu calendário. Em vez disso, estou a concentrar-me no Campeonato da Europa". E acrescentou: "As pessoas têm direito à sua opinião. E eu também tenho o direito de não me importar. Tenho os meus motivos para a decisão e as pessoas devem ser capazes de o compreender".
O Mundial de Estrada de 2025, o primeiro disputado em solo africano, promete ser um dos mais duros da história da competição. A prova de elite masculina terá 267,5 quilómetros e um total de 5475 metros de desnível acumulado, cenário perfeito para trepadores e resistentes. Sem Jonas Vingegaard na linha de partida, a responsabilidade recai sobretudo no atual campeão do mundo, Tadej Pogacar, que tentará defender a Camisola Arco-Íris num traçado que se adequa perfeitamente às suas características.